Sem categoria

Auxílio governamental faz nações pobres vencerem luta contra fome

Fertilizantes do governo fizeram a diferença entre a fome e abundância para Rodrick Jesitala, uma fazendeiro e pai de três crianças no sul do Malaui.

Graças ao fertilizante que ele não poderia ter comprado sem ajuda do governo, Jesitala colheu milho suficiente para alimentar sua família este ano. Um relatório divulgado na sexta-feira elogia o programa do Malaui, dizendo que governos que tornaram a agricultura prioridade e que deram ajuda financeira e outros incentivos a pequenos produtores transformaram países pobres de importadores em produtores de alimentos com folga.

No relatório, a ActionAid International colocou o Malaui entre os cincos casos de sucesso de nações em desenvolvimento, com o Brasil ocupando a liderança por reduzir a desnutrição infantil em 73% em seis anos.

"Quem realmente está lutando contra a fome" diz que o Brasil foi bem sucedido em reduzir a desnutrição infantil ao investir extensamente em pequenas propriedades rurais e ao implementar fortes políticas de bem-estar social.

No Malaui, as últimas duas safras terminaram com impressionante produção do principal produto, o milho. O presidente Bingu wa Mutharika persistiu em seu programa de ajuda a agricultores para comprar fertilizante apesar da oposição de nações doadoras ocidentais e de agências que argumentam que os subsídios são contrários aos princípios do livre mercado.

Durante a safra de 2008-09, o governo gastou U$ 183 milhões no programa de subsídio, que resultou na pbtenção pelo Malaui de uma produção de 1,3 milhão de toneladas métricas de milho acima do consumo nacional. Sob o programa, uma família recebe dois sacos de 50 quilos de fertilizante e pacotes de sementes.

Antes de usar fertilizantes, Jesitala obtinha menos de 15 sacas de milho para sua terra. Este ano, ele obteve 40 sacas, o suficiente para alimentar a família por um ano.

"Vamos até vender algum milho", ele disse.

O Malaui, que enfrentou aguda falta de comida no passado, se tornou um doador em tempos recentes, dando 500 toneladas métricas de milho para a Suazilândia e o Lesoto e vendendo algum para o Zimbábue durante a safra de 2007-2008. Negociações estão em andamento para vender milho para o Quênia e o Zimbábue este ano.

O Programa Mundial de Alimentos adverte que, por causa de seca, os malauianos de algumas regiões do sul poderão precisar de ajuda este ano, apesar da produção nacional. Mas o ministério da Agricultura e da Segurança Alimentar diz que tem estoque suficiente para responder a qualquer emergência.

"É o papel do estado e não o nível de riqueza [do país] que determina o progresso para combater a fome", disse Anne Jellema, diretora de política do ActionAid.

"A cada seis segundos uma criança morre de fome, mas esse escândalo poderia finalmente terminar se todos os governos adotassem ações determinadas", disse Jellema.

O relatório da ActionAid faz o ranking de 29 nações em desenvolvimento e de 22 nações desenvolvidas comparando políticas, leis e ações de governo adotadas com o objetivo de terminar com a fome no mundo.

O relatório dá notas às nações ricas em relação a medidas que tenham tomado para acabar com a fome através de apoio à agricultura ou medidas tomadas para reverter os efeitos do aquecimento global.

Luxemburgo está no topo da lista de países ricos, seguido pela Finlândia e Irlanda.

"Quem realmente está lutando contra a fome" faz o ranking de 51 países onde a ActionAid tem presença ou de onde consegue dados confiáveis para tornar possíveis as comparações. Assim , por exemplo, o Zimbábue não é incluído por existirem dúvidas sobre como os dados daquele país são obtidos.

Fonte: Vi o Mundo