George Câmara: Os 81 anos de João Câmara e Colônia Baixaverdense

“Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”. (Escritor russo Leon Tolstói)

Neste dia 29 de outubro comemoramos o aniversário de 81 anos da emancipação política de João Câmara, cidade pólo da importante Região do Mato Grande, em nosso Estado.

Os laços que unem as pessoas a essa terra vão muito além da aprovação da Lei nº 697, de 29/10/1928, que deu origem ao Município de Baixa Verde. Ou mesmo da Lei 899, de 19/11/1953, que modificou o seu nome para João Câmara. Suas raízes e vínculos, a desafiarem o tempo, tornam esse pedaço de chão potiguar bem maior do que o 12 de outubro de 1910, marco inicial da fundação da cidade, quando foi inaugurada a Rede Ferroviária, no povoado de Matas.

Do fundador da cidade, Antônio Proença, ao seu primeiro prefeito, João Câmara, ilustres figuras de nossa história, um ponto em comum com todos os que viveram e vivem nesse torrão: a escolha dessa aldeia como espaço para viver. O mesmo privilégio de desfrutar as belezas do lugar e a companhia de um povo tão generoso.

Na vida das pessoas, aniversário é sinônimo de manifestações múltiplas. Numa relação dialética, em nosso aniversário comemoramos o presente, relembramos o passado e nos preparamos para o futuro.

Acredito que, assim como ocorre com as pessoas, o mesmo se dá com as instituições. Na vida de uma cidade, o aniversário é o momento desejado para revermos amigos e familiares, participarmos das festividades, estreitarmos os laços de afetividade que permeiam a nossa vida. Se isso é verdadeiro para os que moram naquela cidade, o é muito mais para aqueles que de lá tiveram que sair, muitas vezes por motivos alheios à sua própria vontade. Mas a ela continuam ligados, por corações e mentes.

Reencontro é motivo de muita alegria, pois é quando podemos “matar” a saudade. Quem não gosta de rever os seus entes queridos? É no aniversário da cidade ou mesmo na festa da padroeira que revemos colegas, professores, familiares e vizinhos. Vinculamos o presente às melhores recordações do passado, a partir de fatos marcantes, envolvendo as pessoas e os lugares. Tudo isso ajuda a emoldurar nosso caráter, a construir a nossa personalidade.

Quando praticamos esse reencontro apenas ocasionalmente, já é uma alegria muito grande. Agora imaginemos tornar permanente essa renovação!

Nesse momento, por ocasião da III Festa do Reencontro da Colônia Baixaverdense, no domingo 25/10/2009, as reflexões que nos chegam à mente estão em sintonia com as boas coisas do passado, enchem o nosso peito de alegria diante do presente e se voltam para a construção do nosso futuro. Para a aproximação de gerações, como a compartilhar os mesmos desafios da continuidade da espécie humana.

Saudamos a iniciativa desses reencontros, pelo seu caráter pioneiro e pela sua natureza duradoura. Felizmente, parece ser algo que veio para ficar. Pelo visto, incorpora-se ao nosso cotidiano e ao nosso acervo histórico, não pretendendo ceder lugar a qualquer recuo ou futuras desistências. Vamos em frente.

Indo em frente, olhemos para o futuro. A vida nos coloca desafios. Um deles, seguramente, é a construção de um mundo melhor para as próximas gerações. Tarefa tão nobre não será possível se não caminharmos de mãos dadas. Sem os nossos REENCONTROS. Vida longa à Colônia Baixaverdense!

por George Câmara, petroleiro, advogado e vereador em Natal pelo PCdoB – [email protected]