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A elegância de Woody Allen

Há quem ame e quem odeie o quê caricatural que consagrou o humorista, diretor e roteirista Woody Allen. Em muitos de seus mais de 40 longas-metragens, ele criou e interpretou o mesmo personagem, muitos dizem, o dele próprio. Controverso, neurótico, criativo, crítico da sociedade americana, Allen é mestre da comédia, ao mesmo tempo que flerta com o suspense e os dramas, quase sempre envoltos em desequilibradas tramas conjugais.

Desde 1966, ele produz praticamente um filme por ano. Quarenta dessas produções estão na mostra A Elegância de Woody Allen, apresentada pelo Centro Cultural Banco do Brasil, do Rio, entre os dias 3e 29 de novembro.

A vasta programação, que se estende ao CCBB de São Paulo a partir do dia 18, é um prato cheio aos fãs do cineasta, além de constituir excelente porta de entrada aos menos familiarizados com o estilo do autor. Entre as projeções, todas exibidas em película, está o novo longa do diretor, Tudo Pode Dar Certo, previsto para lançamento no Brasil somente ano que vem. Há também marcos iniciais da carreira de Allen, como seu primeiro longa O Que Há, Tigresa?, de 1966, além de Noivo Neurótico, Noiva Nervosa (1977), Tudo o Que Você Sempre Quis Saber Sobre Sexo Mas Tinha Medo de Perguntar (1972) e Manhattan (1979).

Realizações da recente “fase europeia” do diretor, como Match Point (2005) e Vicky Cristina Barcelona (2008), também serão exibidos, mas o que faz a mostra ser ainda mais atrativa são aqueles títulos que complementam a filmografia de Allen. Meetin’ WA (1986), de Jean-Luc Godard, reconta a história do cineasta americano, lançado no mesmo ano de Hannah e Suas Irmãs, enquanto Wild Man Blues (1997) acompanha uma turnê de Allen e sua banda de jazz.

Ainda hoje, a Eddie Davis New Orleans Jazz Band reúne-se às segundas-feiras no Café Carlyle, em Manhattan, com Allen nos clarinetes. A mostra realiza mesas-redondas e cursos, além de apresentar longas nos quais não teve participação na produção ou direção, mas atuou, como Company Man (2000), de Perter Askin e Douglas McGrath, e Rei Lear (1987), de Godard.

Fonte: Carta Capital