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Eleições no Chile: pesquisa mostra Frei e Piñera no 2º turno

A um mês das eleições, a pesquisa mais recente sobre a disputa presidencial no Chile, em 13 de dezembro, indica que o candidato conservador, Sebastián Piñera, ampliou a vantagem sobre o segundo colocado, o ex-presidente Eduardo Frei, e ambos devem disputar um segundo turno no dia 17 de janeiro de 2010.

Piñera, líder da Aliança pela Mudança – que reúne os dois partidos de direita – tem 36% das intenções de voto, seguido pelo governista Frei, com 26%. Encurtando a distância, vem em terceiro lugar o candidato independente Marco Enríquez-Ominami, com 19%. Com 5%, aparece o representante do Partido Comunista, Jorge Arrate.

Em um provável segundo turno, segundo a mesma pesquisa, Piñera teria 43% das preferências e Frei viria com 37%. Uma porcentagem alta dos eleitores ouvidos, 20%, afirma que votaria nulo, em branco ou escolheria simplesmente não votar. No Chile, o voto não é obrigatório.

No caso de o deputado Marco Enríquez-Ominami, ex-membro do Partido Socialista, disputar o segundo turno contra Piñera, o candidato de direita teria 40% dos votos e o independente, 37%. A enquete foi realizada pelo CEP (Centro de Estudos Públicos), instituto de pesquisa dirigido por grandes empresários do país.

A pesquisa anterior do instituto, em agosto, indicava 37% para Piñera, 28% para Frei, 17% para Enríquez-Ominami e somente 1% para Arrate. Na ocasião, em um eventual segundo turno entre o candidato de direita e o governista, registrava-se um empate técnico, com 42% para o primeiro e 39% para o segundo.

A diretora de pesquisas do CEP, Carolina Segovia, enfatizou que o cenário da eleição continua aberto, apesar da vantagem dada ao candidato da direita, tanto no primeiro turno quanto em um possível segundo turno. "A partir de 14 de dezembro, começa um jogo novo", comenta. Para ela, no segundo turno "tudo pode acontecer". A análise da pesquisadora se baseia principalmente na alta porcentagem dos eleitores que dizem votar nulo, em branco ou que estão indecisos.

Reações

O candidato presidencial da coalizão governista Concertação (centro-esquerda), Eduardo Frei, disse estar "tranquilo" ao ser informado dos resultados da pesquisa, apesar da queda de dois pontos percentuais no primeiro e no segundo turno em relação à anterior.

Já Piñera, que é um dos empresários mais ricos do Chile, convocou seus partidários para comemorar o que, para ele, são indicações favoráveis. "A verdade é que estamos muito contentes e muito agradecidos porque as pesquisas mostram que vamos ganhar no primeiro e no segundo turno", disse o candidato de direita.

O comunista Jorge Arrate, por sua vez, desmereceu a influência das previsões. "Tomei a pesquisa como sempre, como um dado a mais, mas não creio que nenhuma delas seja um oráculo político. Nem esta", disse.

Marcelo Trivelli, um dos porta-vozes de Enríquez-Ominami, acusou Arrate de “fazer o jogo de Piñera para que [este] passe para o segundo turno e seja presidente". Para ele, esta é a raiz do aumento de quatro pontos do candidato independente nas pesquisas, porcentagem que afeta diretamente sua estratégia para chegar ao segundo turno.

Atributos

A pesquisa também realizou uma avaliação qualitativa dos candidatos. Diante da pergunta sobre se o candidato é sincero ou manipulador, 42% dos eleitores responderam que Enríquez-Ominami é sincero; 32% responderam isto sobre Frei; 30% sobre Piñera; e 26% sobre Arrate.

Sobre a capacidade para solucionar problemas, 43% preferem Piñera; 34% preferem Frei; outros 34% preferem Enríquez-Ominami; 13% preferem Jorge Arrate. Quanto à confiabilidade dos candidatos, 41% confiam em Piñera; 40% confiam em Enríquez-Ominami; 36% confiam em Frei; 17% confiam em Arrate. No quesito “demonstrar segurança”, 59% acham que Piñera é seguro; 49% preferem Enríquez-Ominami; 48% preferem Frei; e 38% preferem Arrate.

Em relação à proximidade do candidato ao eleitor, 38% acreditam que Enríquez-Ominami está mais perto; 34% pensam isto de Piñera; 33% de Frei; e 15% de Arrate. Finalmente, quanto à simpatia dos candidatos, 62% atribuem esta qualidade ao “azarão” Enríquez-Ominami; 50% a Piñera; 36 % a Frei; e 33% a Arrate.

Aprovação recorde

A última pesquisa do CEP marcou um índice histórico de 78% de aprovação para a gestão da presidente Michelle Bachelet, coincidindo com a tendência mostrada por outras pesquisas de opinião. O apoio a Bachelet subiu seis pontos em relação à pesquisa anterior do CEP, de setembro, e consolidou a presidente da Concertação com o nível de aprovação mais alto de sua história.

A pesquisa atual ouviu 1.505 pessoas de 18 anos ou mais, tanto em regiões urbanas quanto rurais, em 141 comunas do país, usando o método de entrevista por amostra estratificada e aleatória, com margem de erro de 3% para mais ou para menos.

Fonte: Opera Mundi