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Filha de Olga Benário pede a Lula que não entregue Battisti

Anita Leocádio Prestes, filha de Olga Benário com Luís Carlos Prestes, subscreveu carta pedindo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que ele mantenha no país Cesare Battisti. Nesta quarta (18), o Supremo Tribunal Federal (STF) retoma o julgamento do processo que pede a extradição do italiano. Na última sessão, a votação ficou empatada (4 a 4) e o presidente da Corte, Gilmar Mendes, dará o voto de minerva.

Battisti foi condenado pela Justiça italiana à prisão perpétua acusado pelo assassinato de quatro pessoas. Preso no Brasil em 2007, ele obteve a condição de refugiado político por decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro. O governo italiano recorreu ao STF.

“Na qualidade de filha de Olga Benário Prestes, extraditada pelo Governo Vargas para a Alemanha nazista, para ser sacrificada numa câmara de gás, sinto-me no dever de subscrever a carta escrita pelo senhor Carlos Lungarzo da Anistia Internacional, na certeza de que seu compromisso com a defesa dos direitos humanos não permitirá que seja cometido pelo Brasil o crime de entregar Cesare Battisti a um destino semelhante ao vivido por minha mãe e minha família”, escreveu Anita ao presidente.

Provas a favor de Battisti

Na carta, o integrante da anistia ressaltou que o ministro do STF, Marco Aurélio, enumerou 34 provas de que Battisti foi tratado como autor de crime político e acusado diretamente de subversivo. “Não posso pensar que Vossa excelência acredite realmente que esses crimes foram comuns”, diz a carta a Lula.

Ainda sobre o parecer de Marco Aurélio, a carta destacou o comentário do ministro sobre o cinismo do governo italiano e seus “xenófobos e racistas partidários, aos descreves as 12 maiores injúrias que os mais altos políticos fizeram da cultura e do povo brasileiro e até dos seus magistrados”. “Ele fez isso, olhando olho no olho no embaixador Italiano, que naquele momento abandonou a empáfia e fechou o rosto”, diz o documento.

Segundo Carlos Lungarzo, o ministro desmascarou os interesses políticos e psicológicos (ressentimento, vingança, propaganda, revanchismo) que nada têm de jurídico e se escondem atrás de um julgamento feito com todas as violações possíveis aos direitos humanos e ao devido processo. “E que ele também ressaltou o idealismo das gerações que lutaram contra a barbárie na década de 70, sem se importar que os vândalos usassem farda ou se vestissem à paisana”, diz.

Da Sucursal de Brasília,
Iram Alfaia