Marcha dos Sem pede igualdade, mais direitos e Fora Yeda

Trabalhadores, sindicalistas, integrantes de movimentos sociais e do movimento negro protagonizam diversas manifestações em Porto Alegre nesta sexta-feira (20). A 14ª Marcha dos Sem e a 3ª Marcha Zumbi dos Palmares se concentraram em frente ao Mercado Público na capital.

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Vários ônibus do interior do estado trouxeram trabalhadores de diversas categorias. No local, ocorreram manifestações culturais do movimento negro do Rio Grande do Sul. Os manifestantes da Marcha do Sem se juntaram ao coro que pedia o fim do preconceito contra os negrosm, já que no dia 20 de novembro também é comemorado o dia da Consciência Negra.

A manifestação também defendeu a luta pelas 40 horas semanais sem redução de salário, o fim do fator previdenciário, a soberania do pré-sal, fim da criminalização dos movimentos sociais, o fim da criminalização da pobreza, o fim do extermínio da juventude negra, aprovação do estatuto da igualdade racial original, moradia digna e defesa dos direitos sociais. O tema estadual tam,bém ganhou destaque, com a continuidade da luta pelo "Fora Yeda".

Guiomar Vidor, presidente da CTB RS, lembrou a 6ª Marcha da Classe Trabalhadora, realizada em Brasília, dia 11, onde mais de 40 mil trabalhadores reivindicaram a redução da jornada de trabalho. Vidor também destacou a importância da unidade das centrais sindicais e dos movimentos sociais organizados para defender os direitos iguais para todos e todas. “Não importa a etnia, o gênero, a crença, a idade, todos têm direito a uma vida digna. Com a unidade dos trabalhadores e de toda a sociedade será possível ir adiante na conquista de direitos e acabar com o desgoverno que está acontecendo em nosso Estado”, discursou Vidor.

O coordenador do setor de juventude do Movimento Negro Unificado, Jorge Cruz, afirmou que mais do que um dia de comemoração, o 20 de novembro deve ser marcado pela reflexão. Ele lembrou que os jovens negros são as maiores vítimas da violência no país.

“Os jovens negros estão morrendo na mão da polícia e dos traficantes, é um verdadeiro genocídio. Nós temos uma campanha em nível nacional que é contra o genocídio da juventude negra para a gente ter essa indignação de não aceitar as coisas como elas são, pois se nós não tomarmos a iniciativa, os nossos jovens vão continuar morrendo de uma maneira precoce e nada é feito por parte dos governos”, conta.

Um dos coordenadores do Movimento dos Trabalhadores Desempregados da Região Metropolitana, Antônio Lima, afirmou que o maior desafio do MTD é conseguir a concretização dos empreendimentos populares.

“A reivindicação central é o apoio para os empreendimentos populares do MTD. Dentro disso, tem um conjunto de outras reivindicações que estão dentro do Programa Pontos Populares de Trabalho, que auxiliam no transporte público, nos postos de saúde nas comunidades, a construção de um condomínio na Av Ipiranga, em Porto Alegre”, relata.

A integrante da Marcha Mundial de Mulheres, Cláudia Prates, lembrou que o maior desafio hoje, ainda é acabar com a violência contra a mulher.

“Nós estamos na semana de luta contra a violência e hoje nosso maior desafio é erradicar a violência contra as mulheres, mas não só atacando o fim, que é a mulher não sofrer a violência, mas o que causa a violência, que é o machismo, que é essa opressão que as mulheres sofrem todos os dias só pelo fato de serem mulheres”, conta.

Depois do ato no centro da capital, os integrantes da Marcha dos Sem fizeram uma caminhada até o Palácio Piratini. Lá, se encontraram com os trabalhadores da educação, que vinham de uma Assembléia Geral no Gigantinho. Os manifestantes pediram a retirada do projeto do governo estadual que modifica o plano de carreira dos professores. Eles atiraram um saco de lixo preto com cópias da proposta da governadora na porta do Piratini. Uma das diretoras do CPERS-Sindicato, Marliane dos Santos, afirmou que se até o dia 09 de dezembro o governo não retirar o projeto da Assembléia Legislativa, os professores irão discutir a possibilidade de greve.

Os trabalhadores em educação acusaram a Brigada Militar de barrar a saída de 40 ônibus do Gigantinho. Os professores se juntariam com o restante dos manifestantes no Palácio Piratini, mas não chegaram a tempo.

Da redação local
com informações Agencia Chasque e Fecosul