Copa 2014: secretários do Esporte e Secopa esclarecem especulações
Pondo fim às polêmicas suscitadas na mídia sobre o projeto da Nova Fonte Nova, diante do surgimento da proposta do grupo português Lusoarenas de construção de uma arena esportiva no município de Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador, o secretário estadual de Esporte, Nilton Vasconcelos, e o secretário extraordinário para assuntos da Copa, Ney Campello, são uníssonos ao afirmar que a prioridade do Governo é dar prosseguimento ao curso normal do processo de reconstrução da Fonte Nova.
Publicado 26/11/2009 01:04 | Editado 04/03/2020 16:20
“A nova arena só vai implicar em suspender o processo da Fonte Nova se ela demonstrar concretude e nível de viabilidade. Nós não vamos jogar fora o trabalho de dois anos exatamente na reta final da licitação”, afirmou Vasconcelos. Na próxima sexta-feira (27/11), os candidatos à Parceria Público Privada – PPP serão apresentados, com a deflagração do processo licitatório já no dia 4 de dezembro. A assinatura dos contratos está marcada para janeiro.
“Dois estádios é que a cidade não comporta”, acrescentou o secretário de Esporte. De fato, diante da situação financeira delicada dos dois principais clubes baianos – Bahia e Vitória -, não há viabilidade econômica de se manter duas arenas esportivas. “Caso a Lusoarenas apresente um projeto viável, aí nós podemos, então, sentar para avaliação; até porque, se o projeto de fato for concreto e acontecer, independentemente do evento Copa, e isso é um posicionamento meu, do Nilton e também do governador, não há viabilidade de sustentabilidade de dois equipamentos esportivos com os clubes jogando em um só”, acrescentou Campello.
Neste caso, o Governo poderia até abrir mão do estádio da Fonte Nova – o qual teria outra destinação, como um complexo olímpico, por exemplo – para apoiar financeiramente a adequação da nova arena. “Mas isso tudo pressupõe que, os que estão com essa proposta, apresentem mais elementos e mais garantias de que isso vai sair do papel”, pontuou Nilton Vasconcelos.
A Arena
O grupo empresarial português tem contrato firmado junto ao Bahia e ao Vitória desde 2006. No entanto, o projeto da Arena Salvador só foi anunciado quase às vésperas da abertura de licitação da Fonte Nova. Apresentado como um complexo que incluiria, ainda, uma casa de shows, a Arena peca pela falta de detalhamento quanto à origem do financiamento e deixa dúvidas sobre a adequação do estádio ao caderno de encargos da FIFA; cujo processo implicaria, invariavelmente, em acréscimos no orçamento.
“A manifestação de interesse de um grupo de investidores estrangeiros na Bahia é uma sinalização positiva. O estado não vê nenhuma objeção a isso, até porque já passou o tempo em que era o governador quem determinava o que se construía, o que não se construía e onde. Agora, entre isso e habilitar esse estádio para a Copa de 2014, tem uma distancia muito grande”, adverte Campello. O próprio terreno destinado para construção da Arena ainda não é de propriedade do grupo português – o que existe é um processo de declaração de utilidade pública pelo município de Lauro de Freitas. O estádio também precisaria estar pronto dentro do prazo estabelecido até dezembro de 2012, de modo a tornar Salvador apta a sediar os jogos da Copa das Confederações, em 2013.
O posicionamento oficial, portanto, é de manter o diálogo com a Lusoarenas, assim como junto ao Bahia e ao Vitória, mas sem abrir mão do calendário proposto. “Nós acreditamos que, até esse momento, não há nenhum sinal que nos indique ainda viabilidade desse empreendimento. Portanto, estamos apostando na Nova Fonte Nova”, enfatizou o titular da Secopa. “Vamos trabalhar para garantir que a Copa aconteça em Salvador. E o projeto único, concreto, objetivo é o da nova Fonte Nova”, arrematou Vasconcelos.
De Salvador,
Camila Jasmin