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Operação da PF investiga desvio no governo Arruda (DEM-DF)

A operação Caixa de Pandora, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (27), cumpriu mandado de busca e apreensão na residência oficial do governador do DF, José Roberto Arruda, o único governador do DEM. Outros mandados foram cumpridos nas residências de personagens do primeiro escalão do governo, e em gabinetes da na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Em investigação um desvio R$ 60 milhões em obras, licitações e contratos.

Ao todo, foram cumpridos 20 mandados de busca e apreensão. A ação na residência oficial ocorreu por volta das 7 horas, em um gabinete no anexo da casa oficial, pelo chefe de gabinete do governador, Fábio Simão.

Informações iniciais indicam que a PF investiga denúncias de fraude em licitações, inicialmente a cargo da Polícia Civil, repassadas à Polícia Federal. Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Fernando Gonçalves, que preside o inquérito. Não houve, até o momento, nenhum pedido de prisão.

Agentes da Polícia Federal também foram até a casa do assessor de imprensa do governador, Omézio Pontes. No Tribunal de Contas do DF, agentes foram à sala do conselheiro Domingos Lamoglia, que foi chefe de gabinete de Arruda. Segundo assessores, não foram levados documentos.

Foram feitas buscas nas casas de outros assessores de Arruda: José Luiz Valente (secretário de Educação), José Geraldo Maciel (secretário-chefe da Casa Civil) e Durval Barbosa (secretário de Relações Institucionais).

Também foram feitas buscas na casa e gabinetes nos gabinetes do presidente da Câmara, Leonardo Prudente (DEM), da líder do governo, Eurides Britto (PMDB), do presidente da CCJ, Rogério Ulysses (PSB) e do suplente Pedro do Ovo (PRP). Da casa de Leonardo foram apreendidos dois computadores.

Todos os documentos e computadores apreendidos foram levado para a Superintendência da Polícia Federal, onde devem ser analisados e periciados.

As apurações da PF, segundo cópia do inquérito obtida pelo iG, chegaram a um desvio R$ 60 milhões em obras, licitações e contratos de informática de diversas secretarias do goverrno do Distrito Federal.

Barbosa foi um dos principais colaboradores da Operação Caixa de Pandora, realizada na manhã desta sexta-feira pela Polícia Federal. Durval colaborou com a PF gravando escutas ambiente e vídeos de membros do governo e deputados distritais discutindo sobre a partilha de propina.

A história sobre a existência desse vídeo circulava por Brasília há algumas semanas. Segundo a reportagem do iG apurou, Durval atuou como colaborador em troca de abrandamento da pena. Durval Barbosa já trabalhou para o ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz, adversário político de José Roberto Arruda e que também esteve sob investigação.

Arruda foi o único governador eleito pelo DEM em 2006. É cotado como um dos possíveis candidatos a vice-presidente na chapa do tucano José Serra. O goivernador figura como um dos alvos do inquérito do Superior Tribunal de Justiça.

O governo do Distrito Federal, por meio da assessoria de imprensa, disse não ter informações oficiais sobre a operação da Polícia Federal. Segundo a assessoria, o governo quer colaborar com as investigações mas só deve se pronunciar após receber informações sobre a operação Caixa de Pandora, que corre sob segredo de Justiça.

A assessoria especificou que a PF não realizou buscas na casa e nem no gabinete do governador José Roberto Arruda, apenas em um anexo da residência oficial, que não é usada pelo governador.

Da redação, com agências