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Nas Retinas: Folha, dá pra não ler. Acredite

Com a diversidade de canais de comunicação existentes na rede hoje, dá pra não ler a Folha. É só querer.

Ousar assinar a Folha devido a desculpa da “pluralidade” ou “é preciso ler para criticar” é uma forma de dar força para um veículo que aparenta há décadas ser democrático, somente para obter o bom e velho faturamento publicitário. Das suas páginas escoam a opinião do mercado financeiro e dos grupos políticos que sustentam o preconceito social e econômico.

O “outro lado”, quando se trata de ouvir marginalizados ou movimentos sociais, é sempre o registro para dizer que se fez o básico do jornalismo moderno, sem de fato narrar e entrar a fundo nas histórias para indicar ao público quais razões levam estes grupos à revolta e indignação. Aos donos das verbas publicitárias, corações e mentes abertos, sempre, para a mais torpe versão.

O factual hoje pode ser lido em sites exclusivos que praticam jornalismo online, como Terra e IG. Claro, representam também grandes grupos, mas ali o negócio deles é a web com possibilidade zero de fechamento de conteúdo. E as análises políticas, economômicas, sociais, podem ser lidas no blog do seu articulista preferido. Acabou a concentração de informação e opinião em um lugar.

A Folha, no caso da notificação do amigo blogueiro Antonio Arles, que repercutiu nas redes sociais e em grandes sites independentes, mostrou que ainda pensa com a mente da comunicação fechada e cada vez que pratica isto, perde. Depois da notificação os protestos se espalharam pela rede. Nos sites Vi o Mundo, Conversa Afiada e Blog do Nassif, diversos comentaristas informaram que estavam a caminho de cancelar as assinaturas. Ou seja, um veículo profissional de comunicação não sabe gerir a própria crise e se imola diante do público.

A intimidação ao Arles mostrou que realmente a Folha se inspira no período autoritário, quando emprestava seus carros para o transporte de presos políticos. Uma advogada ficou de tocaia na porta da casa do blogueiro e mandou o taxista abordá-lo para perguntar sua identidade. Somente depois da confirmação a advogada teve coragem de sair do carro e entregar-lhe o papel. Típica ação de um acovardado, que se intimida e toma atitudes autoritárias enviando jagunços-mensageiros.

Tenho vergonha alheia quando vejo sindicatos, entidades civis, centros acadêmicos, ONGs, e todos os que são ofendidos em sua moral e inteligência por este veículo, receberem em suas portas este jornal sujo de hipocrisia.

Fonte: Nas Retinas