Agentes penitenciários podem parar por melhores condições

 A rebelião de presos e fugas que ocorrem no Tocantins desmascaram a falta de condições de trabalho dos agentes penitenciários. Segundo a associação dos agentes se não forem tomadas medidas por parte do Governo é possível que a categoria pare as atividades.

 Os agentes penitenciários do Estado podem iniciar uma paralisação se não forem tomadas providências sobre a atual situação de trabalho a que estão submetidos. 

Em entrevista à Rádio CT, o vice-presidente da Associação dos Agentes Penitenciários do Tocantins (Agepens), Davi Fernandes Nunes, disse que haverá uma reunião em Araguaína (cidade da unidade de Barra da Grota que esteve em rebelião no último final de semana) nesse sábado, 12, para tratar das reivindicações que serão feitas ao governo.

De acordo com Davi, "as condições de trabalho estão gritantes e o Estado não está nem aí". O vice-presidente afirma que no dia da rebelião em Barra da Grota havia sete agentes penitenciários para fiscalizar 367 presos, o que totaliza uma proporção de um agente para cerca de 52 detentos. "O ideal seria uma quantidade de cinco presos por agente", fala Davi.

Nunes relatou a situação da unidade de Barra da Grota após a rebelião. "Cerca de 160 presos 
estão ao relento. Eles se encontram cercados por telas e, até ontem [quinta-feira, 10], estavam fazendo necessidades fisiológicas, comendo e dormindo no mesmo pátio", diz o vice-presidente.

Além do reduzido número de agentes para a quantidade de detentos, Nunes fala que categoria 
quer sua situação regularizada. "O Estado não paga insalubridade, periculosidade e adicional 
noturno. Protocolei denúncia no Ministério do Trabalho e ninguém respondeu. A vida da gente não tá valendo nada", desabafa.

 
Fonte: Cleber Toledo