Audiência pública debate problemas de Ilha de Maré em Salvador

As belas paisagens da Ilha de Maré, na Baía de Todos os Santos, e a vida pacata de seus habitantes contrastam com uma série de problemas sociais que perturbam o local. As reivindicações dos moradores das localidades de Botelho, Bananeiras, Praia Grande, Santana, dentre outras pertencentes ao município de Salvador foram amplamente debatidas entre os moradores, lideranças comunitárias da Ilha em audiência pública realizada pela vereadora Olívia Santana no dia 9 de dezembro.

O encontro foi presidido pela vereadora, atendendo à solicitação do Conselho de Moradores. As maiores reclamações dos habitantes de Ilha de Maré se referem ao descumprimento dos horários das embarcações que fazem o transporte escolar entre a Ilha e o continente (Salvador), falta de posto médico, áreas de lazer, exigência de meia passagem para os idosos nas embarcações; degradação do meio ambiente por conta da condenável pescaria com bomba, recuperação de postes de iluminação, pois muitos estão prestes a desabar, poluição sonora, proliferação de construções irregulares, falta de saneamento básico e poluição ambiental causada pelos gases tóxicos da empresa Dow Química e do Porto de Aratu, com problemas graves de saúde principalmente aos moradores de Botelho e Bananeiras.

Os moradores querem também solução para o fornecimento de energia elétrica, já que no verão têm localidades que ficam até 48 horas sem energia por conta da demanda. Outro ponto bastante criticado se refere ao abastecimento da Embasa que chega a faltar água nas torneiras das residências por até oito dias. Merece destacar a precariedade do transporte escolar que mesmo sendo pago pela Prefeitura de Salvador, pais e alunos sofrem no atracadouro esperando a lancha que só sai do terminal de São Tomé de Paripe às 8h da manhã para buscar os estudantes.

“É um absurdo, as aulas começam às 7h, e mesmo chegando atrasados os responsáveis pelas lanchas tratam mal os estudantes e dão preferência ao embarque de passageiros normais. Falta fiscalização para o cumprimento do transporte escolar”, protestou a professora Maria Eliene, que também exigiu do governo do Estado a construção de escolas de ensino fundamental e médio na ilha.

Além de todas essas reclamações, um dos mementos que elevou os ânimos na audiência foi a questão de um campo de futebol. Segundo moradores, o campo de Botelho serve ao baba dos moradores há mais de 20 anos. De repente apareceu uma família que se diz proprietária da área, e quer acabar o campo. Para apaziguar os ânimos a vereadora Olívia Santana solicitou que da Sucop que faça um levantamento a fim de saber a quem pertence o local.

Resposta das demandas

A embasa através da representante Carolina Homem, garantiu que já existe um projeto de saneamento para Ilha de Maré, e que as demandas surgidas na audiência serão incorporadas ao projeto. Ela afirmou também que levará para a direção de operação do órgão o problema de abastecimento.

A representante da Coelba, Marisia Mota, se comprometeu a fazer vistoria nos postes e substituição do gerador local por outro mais potente. Já o problema do campo de futebol e de saneamento, o representante da Sucop, Antonio Carlos Costa, se encarregou de lavar as demandas para seus superiores. O professor Paulo Bezerra, da Secretaria Municipal da Educação (Secult) disse que o órgão fará concurso público regionalizado em 2010 para 1.500 professores.

Ao final, a vereadora Olívia Santana assegurou que todas as reivindicações serão encaminhadas aos órgãos competentes e seu mandato fará o monitoramento da execução dos pedidos. Estiveram também na audiência a assessoria do deputado Luís Alberto, o professor Luis Américo, da Fundação Visconde de Cairu, representantes do Sindicato dos Pescadores e Nega, da comunidade Quilombola de Bananeiras.

Ascom do gabinete da vereadora Olívia Santana