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Disputa acirrada pelas 2 vagas ao Senado no Acre   

As eleições de 2010 no Acre prometem uma disputa acirrada entre a Frente Popular e a oposição pela vaga de Marina Silva – pré-candidata à Presidência da República – e do senador Geraldo Mesquita no Senado Federal. As eleições de 2010 colocarão em disputa dois terços das 81 cadeiras do Senado. Em cada Estado serão eleitos dois senadores.

Até o momento, a Frente Popular tem três candidatos, além ex-governador Jorge Viana (PT): o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edvaldo Magalhães (PC do B), o deputado federal Fernando Melo (PT) e o também deputado federal Henrique Afonso (PV), que embora não confirme oficialmente entrar na disputa trabalha nos bastidores para viabilizar seu nome.

Se, de um lado, a Frente Popular tem praticamente como certa a candidatura do ex-governador Jorge Viana a uma das vagas – é o nome preferido de todos os segmentos, mas só vai confirmar a indicação próximo à convenção partidária em julho – de outra parte vive um intenso debate interno pela indicação da segunda vaga.

Fernando Melo já disse que não abre mão da disputa e ameaça, inclusive, bater chapa com os adversários, independente de quem seja. Seu entendimento é de que a vaga é do PT e, como tal, tem o direito de concorrer pelo partido, de quem espera ter apoio na briga com os demais partidos da coligação.

Edvaldo Magalhães, por sua vez, conta com apoios importantes, inclusive das principais lideranças da Frente Popular, vários prefeitos, deputados e vereadores, mas nem por isso tem a vaga completamente assegurada, embora seja pouco provável que não seja, ao final, confirmado na disputa.

Já Henrique Afonso, que deixou o PT pelo PV, corre por fora. Quando indagado sobre o assunto, diz que não tem nada definido, mas seus aliados jogam com o forte apoio que tem das igrejas evangélicas – além de deputado é pastor – para impor seu nome na chapa majoritária da FPA, já que o PV integra o bloco governista. “É pouco provável que tenhamos uma mudança drástica no cenário da Frente Popular. O nome mais forte é o de Jorge Viana, seguido de Edvaldo Magalhães, mas não podemos descartar o Henrique Afonso totalmente”, disse ontem um dirigente da FPA.

Oposição também tem vários candidatos

Como na Frente Popular, a oposição tem vários candidatos ao Senado. Só que um agravante: a falta de entendimento entre suas lideranças e candidatos sobre a indicação de candidatura única – já que entendem ser muito difícil tirar uma das vagas de Jorge Viana – ou dois candidatos.

O problema da oposição, porém, vai além da disputa interna sobre a indicação. Os dirigentes dos seus partidos em Brasília estão mais de olho na vaga de Marina que eles mesmos e não querem abrir mão da disputa no Estado com um candidato com potencial de ser eleito, já que é muito mais fácil eleger um senador no Acre do que em grandes Estados como São Paulo e Bahia, por exemplo.

Difícil vai ser convencer os candidatos dessa necessidade, já que o candidato preferido dos caciques de Brasília é o ex-deputado federal Márcio Bittar. Além disso, tem o fato de que esses mesmos caciques defendem a prioridade da eleição para o Senado em detrimento da disputa pelo governo do Acre.

Embora não tenham candidato com densidade eleitoral capaz de gerar grandes riscos para a Frente Popular, alguns líderes da oposição local não querem abrir mão da disputa e, por isso, não chegam a um entendimento sobre o assunto.

O presidente regional do PSDB, Tião Bocalom, pré-candidato ao governo e que torce o nariz para a decisão da direção nacional, diz que pretende manter o acordo com o PMDB manter uma ampla discussão com a oposição sobre a indicação de um ou dois nomes. Ele reconhece, porém, que a pressão nacional é grande. “E é claro que é mais fácil eleger um senador no Acre e isso pesa, mas nós temos o nosso candidato, que é o Sérgio Barros. Vamos discutir com o PMDB, com o DEM e com o deputado Calixto sobre o assunto, mas ainda somos a favor de que tenhamos dois candidatos”, disse Bocalom.

Charlene Carvalho,
Da Página 20 do Acre