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Crise sem fim: "Emergentes" submissos pagarão conta dos ricos

Países "em desenvolvimento" subservientes poderão ser chamados a pagar a conta da crise para os ricos. A advertência é do economista e cientista social Theotonio dos Santos, da Universidade Federal Fluminense (UFF), ao analisar o relatório do Laboratório Europeu de Antecipação Política (Leap), divulgado em meados de dezembro, que trata da questão das dívidas e dos déficitsdnos países ricos em 2010.

Para Santos, não se pode prever por quanto tempo os ricos conseguirão manter as taxas de juros baixas e as injeções de liquidez.  "Haverá tentativa de captar recursos onde existe liquidez — a China, mais de US$ 2 trilhões em reservas ou Japão, US$ 1 trilhão. O PC chinês quer restringir compras, enquanto no Japão há uma resistência muito grande contra as políticas pró-americanas", diz. 

Ele lembra que Rússia e Brasil vêm logo em seguida no ranking dos detentores de títulos do Tesouro norte-americano.  "Só que o governo brasileiro já começou a ceder e transferir recursos, aplicando em títulos dos EUA e fazendo aporte de US$ 10 bilhões no FMI, em vez de aplicar no desenvolvimento do país", avalia.

Santos prevê tensões internas nos países cujo equilíbrio fiscal e de preços está ameaçado: "Eles não têm condições de pagar juros altos por causa do volume da dívida. Somente os loucos brasileiros se dispõem a gastar um terço do Orçamento com juros", disse, acrescentando que o aumento de impostos também será rechaçado. "O mundo que se está configurando é o da captação de liquidez. Deveríamos estar investindo essa liquidez no desenvolvimento, mas preferimos aceitar a pressão", afirma. 

A informação é do Monitor Mercantil