Sem categoria

Israel anuncia construção de muro na fronteira com o Egito

“Não podemos permitir que milhares de trabalhadores ilegais entrem em Israel pela fronteira do sul e inundem nosso país como aliens”. Com essa declaração, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, justificou hoje (11) a construção de um muro para barrar a entrada de imigrantes na fronteira com o Egito. Segundo o primeiro-ministro, o país continuará aberto para receber refugiados.

Etíopes pedem entrada de parentes em Israel

Israel ergue atualmente uma polêmica barreira na Cisjordânia. Uma pequena parte (cerca de 20%) coincide com a antiga Linha Verde, fronteira definida em 1948; os 80% restantes situam-se em terras palestinas. Em 2004, a Corte Internacional de Justiça de Haia determinou que o muro é ilegal e deve ser removido.

Ao anunciar o projeto em coletiva de imprensa, Netanyahu disse que a construção vai bloquear as principais rotas de infiltração ao longo dos 266 km de fronteira – a cidade de Eilat, no Mar Vermelho, e as proximidades da Faixa de Gaza. O projeto custará 270 milhões de dólares e levará dois anos para ser concluído.

Israel hoje representa um destino cada vez mais tradicional de africanos oriundos de países pobres e/ou que estão sob guerra. A polícia israelense afirma que entre 100 e 200 africanos entram ilegalmente no país pelo Egito a cada semana. Muitos deles são etíopes, seguidores do judaísmo.

“Como um israelense, eu protesto contra o bloqueio de Israel. Se eu fosse egípcio, eu protestaria contra o bloqueio do Egito. Como um cidadão desse planeta, eu protesto contra ambos”, declarou Uri Avinery, ativista e fundador da organização de paz Gush Shalom, em artigo.

Muro egípcio

Apesar de não terem sido oficialmente informados, representantes das forças de segurança do Egito disseram que não se opõem ao projeto se a barreira for construída em solo palestino.

Em novembro de 2009, o Egito iniciou a construção de um muro subterrâneo que impede o tráfego de pessoas, armas e mercadorias em direção à Gaza. A obra, apelidada de “Muro da Morte”, é feita com vigas de metal com 18 metros de profundidade e que ocupam 14 quilômetros na fronteira e impedirão que habitantes da Faixa de Gaza recebam até mesmo macarrão e materiais escolares. Para Avinery, a ação está relacionada ao fato de os Estados Unidos direcionarem anualmente dois bilhões de dólares ao governo do Egito.

Fonte: Opera Mundi