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Obama pedirá US 33 bi para ampliar contingente no Afeganistão

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pretende pedir ao Congresso 33 bilhões de dólares em verbas emergenciais para ampliar o contingente militar no Afeganistão neste ano, disseram fontes da Defesa na quarta-feira. A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou nesta quarta que mais de 2.400 civis morreram no Afeganistão em 2009, o ano mais letal para não combatentes desde a derrubada do Taliban, em 2001.

O dinheiro, destinado principalmente ao envio de mais 30 mil soldados ao Afeganistão, além de outros custos bélicos no atual ano fiscal de 2010, se somará a outra solicitação que Obama deve fazer para elevar o orçamento geral do Pentágono ao recorde de 708 bilhões de dólares no ano fiscal de 2011, segundo funcionários que pediram anonimato.

A verba do Departamento de Defesa para o ano fiscal de 2010, incluindo os custos das guerras do Afeganistão e do Iraque, além de construções militares, já atinge 660 bilhões de dólares. Se for aprovada pelo Congresso, a verba adicional de 33 bilhões de dólares, condizente com estimativas divulgadas no mês passado pelo Pentágono, elevará o total para 2010 a 693 bilhões de dólares.

O orçamento para o ano fiscal de 2011, que começa em 1o. de outubro, deve ser divulgado em 1o. de fevereiro pela Casa Branca. O Escritório de Orçamento e Gestão da Casa Branca não quis comentar.

Apesar do aumento de verbas para o próximo ano, analistas dizem que as compras do Pentágono deverão continuar sob pressão, e que mais programas de aquisição de armas podem ser cortados porque os gastos com pessoal e saúde estão consumindo uma parte cada vez maior do orçamento do Pentágono.

Na semana passada, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, previu que o orçamento do Pentágono vai começar a cair dentro de dois anos por causa dos problemas econômicos norte-americanos. Mas o governo enfrenta objeções de parlamentares para cortar programas bélicos, vistos como fonte de empregos industriais qualificados.

No ano passado, o Congresso eliminou uma verba para o caça F-22 da Lockheed Martin, conforme Obama havia solicitado. Mas os parlamentares liberaram verbas para mais dez aviões de transporte C-17 da Boeing, além do que o Pentágono havia pedido, a um custo de 2,5 bilhões de dólares.

O Congresso também manteve vivo um projeto para um motor alternativo ao caça F-35, feito pela General Electric e a Rolls Royce, apesar das objeções do Pentágono.

Vítimas

Segundo a ONU, quase 600 civis foram mortas por forças estrangeiras e do governo. Cerca de 60 por cento destes mortos por forças ocidentais morreram em ataques aéreos. A ONU condenou o posicionamento de bases militares perto de locais com alta densidade demográfica de civis, além das operações violentas de "revista e detenção" realizadas por tropas estrangeiras e pró-governo.

O ano passado foi também de longe o mais mortífero da guerra para as tropas estrangeiras, especialmente as americanas e britânicas, que perderam mais de duas vezes mais soldados que no ano anterior.

O relatório disse também que a violência vem se espalhando para áreas antes estáveis, como o nordeste do Afeganistão, embora quase metade das mortes ainda tenha ocorrido na explosiva região sul do país.

Com agências