PUC-GO retoma demissões aos 70 anos, APUC tem posição contrária

Docentes em plenas condições de saúde física e intelectual são impedidos pela própria instituição de colocar “o conhecimento a serviço da vida”.

A Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO) retomou no final de 2009 e em janeiro de 2010 a prática de demitir docentes da instituição ao completarem 70 anos de idade.  Dessa vez, a dispensa foi anunciada à professora Walderez Loureiro Miguel, do Departamento de Serviço Social da PUC-GO. A medida adotada pela instituição contraria o posicionamento defendido pela  APUC junto à Reitoria de valorização do corpo docente.

 
Atualmente, fazer aniversário se transformou em sinônimo de pesadelo, angústia e apreensão para os docentes mais experientes da Universidade. É assim que se sente o professor Mário Arruda da Costa, 69 anos e 40 de PUC-GO.  Motivo: no dia 12 de janeiro, ele completou 70 anos de idade. Em pleno vigor profissional, o professor teme, com já lhe foi anunciado que este seja, de fato,  o fim institucional de sua carreira na PUC-GO, como ocorreu em 2009 com a professora Ruskaia Arantes Rocha e com o professor Antônio Lúcio Ferrari Pinheiro, que hoje exerce suas atividades em outra instituição.
 
No ano passado, a APUC desenvolveu uma campanha contra o fim das demissões dos professores com mais de 70 anos de idade na PUC-GO. O tema ultrapassou  salas, corredores e muros da Universidade para  conquistar  espaço nos outdoors da Capital e pautar discussões acalouradas. Fotos de personalidades em plena atividade profissional questionando a postura adotada pela instituição, entre elas as do arquiteto Oscar Niemeyer, 102 anos e do papa Bento  XVI, 82 anos, avivaram a memória da sociedade sobre a importante contribuição que profissionais acima de 70 anos proporcionaram à humanidade.
 
Até o momento não há justificativa plausível para que a Universidade continue negando-se a modificar o Acordo Coletivo de Trabalho e a desfazer-se de importantes quadros docentes  quando eles atingem o ápice da experiência, sabedoria e conhecimento podendo colocá-los justamente à serviço da vida. Idade não é nada, respeito é tudo para quem dedicou sua vida à instituição e está na colheita do que semeou em toda a trajetória profissional.  A APUC mantém firme posicionamento contrário à postura da Reitoria de transformar os docentes mais experientes em páginas viradas, ao invés de consolidá-los com importantes capítulos da história dos 50 anos da PUC Goiás.  
 
Fonte: Carolina Skorupski, Assessoria de Comunicação