Exposição Marighella recebe ameaça de bomba

Na última sexta-feira (15), durante um evento em homenagem a Carlos Marighella e aos combatentes mortos/desaparecidos durante a ditadura militar, na Caixa Cultural, centro do Rio, cerca de 150 pessoas que estavam no prédio tiveram que deixar o local por causa de uma ameaça de bomba .

O evento foi organizado pelo Grupo Tortura Nunca Mais/RJ, Marighella Vive e Exposição Marighella, que estava na Caixa Cultural até o último domingo (17).

O ato teve início com a exibição do filme do Sylvio Tendler sobre Marighella, seguido de debate. Em seguida, seria iniciada uma homenagem aos companheiros que tombaram na ditadura, quando chegou o aviso para todos deixarem o recinto porque a administração do prédio recebeu um comunicado que haviam colocado uma bomba no local.

A maioria dos presentes permaneceu por algum tempo no auditório para assistir a entrega de diplomas as famílias de alguns militantes: Sônia (neta de Cléia Moraes) recebeu em nome da família a homenagem à Sônia Moraes Angel Jones; Zilda Xavier por seus filhos Yuri e Alex Xavier; Ana Müller em nome da família de Mário Alves; Victória Grabois por seu pai Maurício Grabois, seu irmão André Grabois e seu marido Gilberto Olímpio.

Para Mariléa Venâncio Porfírio, diretora do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos (NEPP-DH/UFRJ), órgão suplementar do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ, "o episódio foi uma tentativa de intimidar os movimentos que constantemente manifestam sua insatisfação contra a violação dos direitos humanos, em um momento em que se discute o Programa Nacional dos Direitos Humanos".

Entre as medidas do Programa, está a criação da Comissão Nacional da Verdade, que investigará os crimes cometidos durante os governos militares. “O nosso processo democrático ainda não está plenamente construído. Constantemente surgem reações que ameaçam a sua continuidade”, comentou.