Bancada de oposição questiona aumento de ônibus em Salvador

Não foi apenas a população que se surpreendeu com o aumento repentino da tarifa dos ônibus urbanos de Salvador no último sábado (16/01). Os vereadores também não foram consultados sobre o assunto e a bancada de oposição está estudando as medidas a serem tomadas para reverter a decisão da Prefeitura de reajustar de R$ 2,20 para R$ 2,30, a passagem do transporte coletivo. A primeira delas será uma representação no Ministério Público, questionando a legalidade do aumento.

“A Lei Orgânica do Município determina que antes de aumentar a tarifa, o prefeito precisa consultar a Câmara de Vereadores, que também é parte do Poder Municipal. Mas, não houve nada disso, o prefeito João Henrique simplesmente decidiu de forma unilateral de quanto seria o aumento e ainda não teve nem a consideração de avisar antecipadamente para a população. A medida além de ilegal foi desrespeitosa”, destacou a líder da bancada de Oposição da Câmara Municipal, Aladilce Souza (PCdoB).

Aladilce afirmou ainda que considera muito elevado o reajuste anterior – de R$ 2,00 para R$ 2,20, há um ano – o que indicaria, segundo sua opinião, ser desnecessário um novo aumento. “É muito estranha a forma como foi tomada esta decisão da prefeitura. Estamos analisando que medidas podem ser tomadas contra este reajuste”, declarou a vereadora.

O presidente da Associação Baiana Estudantil Secundarista (ABES), Valmir Santos, também considera o reajuste desnecessário. Para ele, a tarifa praticada em Salvador é irreal já que não leva em consideração o baixo poder aquisitivo da população. “Não conseguimos entender porque o transporte em Salvador é tão caro, principalmente se compararmos com o preço praticado em outras cidades, como São Paulo, onde as distâncias são bem maiores. Além disso, o transporte público tem péssima qualidade, não oferece conforto, nem segurança para a população”, ressaltou.

Valmir Santos afirmou também que a direção da ABES, da UEB (União dos Estudantes da Bahia) e da União Nacional dos Estudantes (UNE) estão discutindo a divulgação de um documento conjunto, repudiando o aumento do transporte sem a devida discussão com a sociedade. “Vamos discutir também a realização de manifestações em diversas partes da cidade para mostrar a nossa indignação contra a postura autoritária do prefeito João Henrique”, disse o presidente da ABES

De Salvador,
Eliane Costa