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Discriminação: Deputado do PC de Israel recebe ameaças

O deputado do Kneset (Parlamento), Mohammad Barakeh (do Partido Comunista de Israel) recebeu, nesta segunda-feira (18), uma carta intimidatória em seu gabinete, depois de anunciar publicamente sua decisão de viajar com a delegação parlamentar israelense para a Polônia. O objetivo da visita é visitar o campo de extermínio Auschwitz, na comemoração do 65 º aniversário da libertação do campo, protagonizada por soldados do Exército Vermelho (URSS), em 27 de janeiro de 1945.

A carta chegou com uma foto do deputado Barakeh, com uma suástica estampada na testa. Barakeh recebe muitas cartas de intimidação, as quais são analisadas cuidadosamente e comunicadas ao responsável pela segurança do Knesset. No entanto, a carta em questão não era, como as anteriores, relacionados às suas atividades parlamentares ou políticas, mas dizia respeito à sua próxima viagem.

A ameaça, escrita em hebraico e com insultos, diz em um dos seus parágrafos: "Não vá para Auschwitz, sua visita vai contaminar o Museu do Campo…!". A foto é acompanhada de um recorte de jornal com o projeto de lei proposto pelo deputado Danny Dannon (Likud-direita), que havia proposto proibir que Barakeh viajasse com a delegação.

Sem surpreender-se, Barakeh afirmou: "Se um deputado insolente e racista se anima a pedir que proíbam minha viagem, porque um cidadão comum não poderia reagir da mesma maneira? Infelizmente, esses violentos racistas estão se tornando mais comuns em nossa população".

Na semana passada, Barakeh se retirou de uma entrevista coletiva realizada por membros da delegação parlamentar no Museu do Holocausto "Yad Vashem", em Jerusalém. A principal referência comunista se enojou com as declarações feitas pelo diretor do Museu, que acusou os comunistas e os árabes de "anti-semitas", por causa das demandas levantaram contra a política de ocupação ilegal do governo israelense nos territórios palestinos.

Ele acusou o diretor do Museu de denegrir o que houve no Holocausto e disse que não seria cúmplice em suas calúnias. Ao sair da sala, colocou: "Lamento que existam pessoas que tentam usar esta terrível tragédia a fim de promover uma campanha macartista e racista", disse Barakeh.