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Escola quer formar quadros e estimular cursos locais para eleição

Depois da maratona de 12 dias de aulas, debates, palestras e planejamento de atividades, a Escola Nacional Formação do PCdoB pretende agora revisar o conteúdo do ciclo de formação e estimular a aplicação dos cursos de níveis 1 e 2 pelas seções estaduais, preparando os quadros para a luta de ideias que estará em jogo nas eleições deste ano.

Do último curso realizado entre 9 e 20 de janeiro em Atibaia (SP), a ENF tirou experiências importantes para aplicar tanto no nível 3 quanto no próximo curso que pretende implantar, o de estudos avançados.

Uma delas é que é possível envolver quadros e militantes de diversos estados e, ainda, garantir a ampla participação feminina. Batizada de “Lilian Martins” – em homenagem à educadora comunista falecida em 2009 – a turma de nível 3 contou com 107 alunos de 24 estados. “Deste total, 69 eram homens e 38 mulheres, ou seja, chegamos a 36%, índice bem acima dos 30% de participação feminina indicado pelo PCdoB”, diz a coordenadora pedagógica da Escola Nacional, Nereide Saviani.
Amazonas, Ceará e Pará foram os estados com maior participação feminina. Entre as maiores bancadas estaduais, destaque para o Rio Grande do Sul (com 16 pessoas); São Paulo (com 14) e Bahia (com 12). Na divisão regional, o Sudeste acumulou maior participação: 34%, seguido de 31% do Nordeste; 18% do Sul; 10% do Norte e 7% do Centro-Oeste.

Além disso, o curso contou com a participação de sete membros do Comitê Central, cinco deles recém-eleitos no 12º Congresso. Ao todo, as aulas foram ministradas por 35 professores (16 do Comitê Central e destes, cinco do secretariado nacional). O curso também contou com aula inaugural de Renato Rabelo, presidente do PCdoB, e palestras dos professores da Unicamp, Frederico Mazzuchelli e da UFRGS, Pedro Fonseca.

Para Nereide, o resultado final foi acima das expectativas. “Abrimos 100 vagas, houve 107 alunos e, acima da questão quantitativa, está o fato de que houve uma boa participação durante as aulas e debates e percebemos que os alunos estavam à altura do conteúdo apresentado, o que gerou questões e discussões bastante pertinentes. Com esse curso, concluímos o currículo básico”.

Agora, a direção nacional da Escola prepara uma revisão e atualização do conteúdo a fim de ajudar na aplicação descentralizada. A ideia é que os estados promovam cursos de nível 1 (que consiste no Curso Básico em Vídeo e no curso de Iniciação ao Marxismo-Leninismo) e que o nível 2 seja feito regionalmente, ficando para a Escola Nacional a aplicação do nível 3, dos estudos avançados e o assessoramento das seções locais.

Os alunos que fizeram este último curso terão até 30 de março para encaminhar à direção da Escola a proposta de tema de trabalha ou fichamento de livro como tarefa de conclusão de curso. O trabalho final deverá ser entregue até o dia 31/07. Já a turma que fez o curso em 2009 terá até dia 28 de fevereiro para entregar os seus trabalhos.

Ativo de Formação

Logo após o término do curso de nível 3, no dia 21, os professores e secretários de Formação de 16 estados se reuniram com a direção nacional da Escola para fazer um balanço das últimas ações e planejar as próximas. Ao mesmo tempo, foram passadas orientações para a aplicação local dos cursos. “Um dos pontos importantes é que fizemos uma apostila, slides e um guia de orientação atualizando o conteúdo do nível 1 para que ele possa ser aplicado este ano sem defasagem pelas seções da Escola”, explicou Nereide Saviani. Além disso, ressaltou: “saímos com maior integração entre os estados”.

No contexto das eleições, a Escola não aplicará mais cursos neste ano, mas está trabalhando junto às seções estaduais para estimular a aplicação de cursos locais que ajudem na formação e atualização dos candidatos. “Já neste curso de nível 3, procuramos adaptar o currículo às demandas de 2010. Assim, embora fossem bastante teóricos, os temas eram remetidos para a realidade brasileira a fim de contribuirmos para subsidiar nossos quadros – que estarão na linha de frente desta batalha – orientando sobre a importância de continuarmos no caminho do ciclo aberto por Lula”.

A direção nacional estipulou ainda para dia 28 de fevereiro o prazo máximo para que os comitês estaduais enviem seu plano de formação para 2010, englobando a aplicação dos cursos de níveis 1, 2 e 3. A ideia é que, devido às atividades eleitorais, os cursos sejam aplicados até o final do primeiro semestre. “Para facilitar a viabilização dos cursos, estamos propondo que o de nível 1 passe de sete para cinco dias e o de nível 1, de cinco para três”, explica Nereide.

Outro plano traçado pela Formação é trabalhar o currículo para o curso avançado e planejar a aplicação de cursos à distância. No que diz respeito ao Centro de Memórias, uma das frentes da Secretaria de Formação, Nereide lembrou que continuam sendo recebidas contribuições, como fotos e documentos, para o acervo. O envio, no entanto, deve ser feito após contato com o setor a fim de evitar a repetição dos materiais devido aos limites estruturais do espaço. “E, juntamente com a Fundação Maurício Grabois, vamos fazer seminários ao longo do ano que ajudem os comunistas a pensar as eleições, a crise capitalista, o novo projeto nacional de desenvolvimento, além de elaboração de cursos específicos para os pré-candidatos”, finalizou.

De São Paulo,
Priscila Lobregatte