Projeto com a Itália irá fortalecer combate ao tráfico de pessoas

O combate ao tráfico de seres humanos, uma das atividades criminosas mais lucrativas do mundo, que vitima milhares de pessoas em todos os continentes, tem sido uma luta que preocupa várias entidades e setores da sociedade.

Na Itália, a Região de Piemonte, em parceria com Centrais Sindicais e algumas cidades italianas, está elaborando um projeto que visa enfrentar o tráfico de seres humanos e o turismo sexual, tanto na Itália, quanto no Brasil.

Em parceria com entidades brasileiras, como a Frente Nacional de Prefeitos, e as cidades de Fortaleza, capital do Ceará, e Teófilo Otoni, interior de Minas Gerais, na região Sudeste, a proposta está dentro das ações do Projeto 100 cidades, que envolve os dois países e da qual a Frente Nacional de Prefeitos faz parte.

De acordo com Delma Sandri, integrante da instituição brasileira de gestores municipais, o projeto de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e ao Turismo Sexual, deve ser apresentado para a Comunidade Europeia até o dia 25 de fevereiro, para fins de aprovação.

Sendo aprovado, o projeto deve começar a ser executado no segundo semestre deste ano. Além das cidades brasileiras e italianas, a expectativa é de que o programa também seja desenvolvido na Argentina, na cidade de Rosário; no Uruguai, no município de Canelones; no Paraguai, na Ciudad Del Leste; em Portugal, Espanha, e em algum país da África, ainda a ser definido.

O principal objetivo é o de combater a exploração de mulheres, crianças, jovens e transexuais, através de medidas que visam sensibilizar a sociedade para a questão. A ideia é que o projeto seja executado por três anos.

Entre as propostas estão previstas ações na melhoria da estrutura e serviços de atendimento para as vítimas do tráfico. Se executado, as ações do programa devem atuar diretamente com vítimas que trabalham nas zonas de prostituição e nas ruas.

O programa deve promover ainda seminários, a formação e a troca de experiências entre coordenadores e funcionários das entidades parceiras e serviços públicos. Além de promover cursos de formação para policiais, gestores empenhados na assistência às vítimas do tráfico, professores, médicos, enfermeiros, assistentes sociais e operadores de agências de turismo.

Um dos focos de atenção são os aeroportos, hotéis, agências de viagens e turismo, além de centros de emprego da Itália, por meio da produção e distribuição de material informativo.

Delma informa que também deve ser realizado um mapeamento das ações que já foram feitas nas cidades. "A ideia é ver o que tem em comum em todos esses países e criar políticas públicas e leis gerais de combate ao tráfico".

O tráfico de pessoas é caracterizado, entre outras coisas, por falsas promessas de emprego, transporte facilitado, exploração da mão de obra, captação de documentos fazendo da vítima uma prisioneira da rede organizada do tráfico.

Fonte: Adital