Sem categoria

Ministro diz que erro começou na elaboração do Código Florestal

O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, disse que houve erro na elaboração da legislação do Código Ambiental porque as pessoas que participaram da preparação não conheciam “assuntos do meio ambiente.” Sem citar nomes, ele disse que um amigo que participou do processo havia lhe confidenciado não conhecer a área.

“Muitas coisas foram feitas sem o devido amadurecimento nas discussões”, disse o ministro durante palestra nesta terça (23), na Câmara dos Deputados, durante o seminário “Código Florestal: desenvolvimento e defesa do meio ambiente.” O evento foi promovido pela Liderança do PCdoB na Casa e a Fundação Maurício Grabois.

Na opinião dele, as principais polêmicas em torno da elaboração do novo Código foram geradas justamente por causa da falta de conhecimento. Ele citou como exemplo o plantio de café no topo e encosta de morro em Minas Gerais que é feito há 100 anos na região de forma sustentável e sem danos ao meio ambiente, porém, contrariando a legislação.

Caso a lei seja aplicada, ele diz que o Paraná perderá 4 milhões de hectares plantados, ou seja, 15 milhões de toneladas de alimentos. “Qual impacto isso vai gerar nos pequenos municípios? É área consolidada sob o ponto de vista da sustentabilidade e com capacidade de adotar tecnologias sustentáveis”, argumentou o ministro.

Pecuária é o maior problema

Do ponto de vista ambiental, o ministro disse que o maior problema no país é gerado pela pecuária no bioma Amazônia, uma vez que a soja não cause mais pressão sobre o índice de desmatamento na região. “O grande problema é a pecuária, que utiliza mais de 200 milhões de hectares e os usa mal. Com baixo uso ou sem uso, são no mínimo 50 milhões de hectares ocupados pela pecuária”, afirmou.

“Mas isso, com todo o respeito, não é caçando boi pirata que a gente resolve. É instrumentalizando programas para isso”, disse ele, referindo-se ao trabalho do ministro Carlos Minc (Meio Ambiente). Os dois divergem sobre o tema.

Segundo Stephanes, em áreas de pecuária no Pará estão sendo desenvolvidos programas em conjunto com frigoríficos, produtores rurais e governo estadual que estabelecem a guia eletrônica dos animais. “Todo o boi para circular ele precisa de uma guia em trânsito, a não ser que você monte uma quadrilha que deixe passar tudo isso. O que nós estamos fazendo? Criando uma forma de controle dessa guia animal, um sistema de guia eletrônico”, explicou.

O segundo passo, afirma o ministro, é o georeferenciamento das fazendas de gado do Pará onde ainda este ano será todo monitorado via satélite. Até o final do ano, o ministro diz que o programa vai atingir também o Mato Grosso e Rondônia.

Da Sucursal de Brasília,
Iram Alfaia