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Brasil e África defendem campanha antirracismo na Copa

O Brasil e vários países do continente africano vão propor ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) a adoção de uma campanha mundial contra manifestações racistas no futebol e em outros esportes, seja entre atletas ou torcedores.

A proposta da campanha foi feita nesta terça-feira (2) na Suíça pelo ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH). Vannuchi discursou na 13ª sessão anual do conselho, que é o principal fórum intergovernamental da ONU para questões ligadas aos direitos humanos.

A expectativa de Vannuchi é que a campanha intitulada Um mundo de esportes livre do racismo e da descriminação, seja aprovada por todas as delegações internacionais que participam da sessão anual no Palácio das Nações, em Genebra, até o dia 26 de março.

“Infelizmente é no futebol que muitas vezes a manifestação do racismo acontece”, disse Vannuchi, em entrevista à Voz do Brasil. O ministro, no entanto, avalia que os esportes têm grande potencial de conscientização.

A campanha prevê que atletas e equipes façam declarações e divulguem mensagens, em faixas por exemplo, contra o racismo. “Isso vai formando uma compreensão no âmbito da família humana”, idealizou Vannuchi.

Além da campanha educativa, a proposta do Brasil e da África prevê que as associações internacionais de cada modalidade esportiva adotem formas de punição contra eventuais manifestações de racismo.

O ministro alertou que a crise financeira mundial tem servido de “desculpa” para manifestações racistas. “Facilita o trabalho dos racistas que começam a dizer que os empregos estão sendo disputados”.

Para Vannuchi, “o mundo dos direitos humanos é um mundo que não pode ter aversão ou horror à participação de migrantes. Os direitos humanos devem ser a soma, a união, a parceria entre muitas culturas diferentes”.

Além da campanha contra o racismo, Vannuchi manifestou a posição do Brasil de que as Nações Unidas adotem um tratado em favor do direito de pessoas idosos. “A ausência do tratado é uma grave lacuna. É preciso fechar essa lacuna tendo em vista as consequências do envelhecimento da população”, aconselhou durante o discurso.

Vannuchi também tratou da terceira edição do Programa Nacional dos Direitos Humanos (PNDH 3) e agradeceu o apoio ao programa da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay.

No ano passado, durante a realização da Copa das Confederações, na África do Sul, a Fifa realizou atos de combate ao racismo antes dos jogos semi-finais do torneio.

As equipes de Espanha, Estados Unidos, Brasil e a anfitriã África do Sul, tiraram fotos juntas, com uma faixa na qual se lia "Diga não ao racismo", e os capitães leram uma declaração que pedia a todos para acabar com a discriminação racial, tanto no futebol como na sociedade em geral.

Da redação, com Agência Brasil