George Câmara: Dia da Mulher – Há 100 anos no calendário da luta
Graças à atuação determinada de um número cada vez mais elevado de mulheres no Brasil e por todo o planeta, o Dia Internacional da Mulher vem se tornando a cada ano mais conhecido por todas as gerações. É muito comum abordarmos a juventude nas escolas e constatarmos, com alegria, o seu conhecimento acerca do Dia 8 de Março e do significado histórico dessa data.
Publicado 04/03/2010 09:23 | Editado 04/03/2020 17:08
Em 1910, no Congresso das Mulheres Socialistas realizado em Copenhague, na Dinamarca, a comunista Clara Zetkin apresentou a proposta que, prontamente referendada, passou a se incorporar ao calendário da luta de todos os povos contra a opressão de classe, bem como as demais injustiças e todo o tipo de discriminação.
Por mais que a historiografia oficial procure esconder, a luta das mulheres no combate às injustiças tem sido a responsável pelos avanços obtidos no tocante às relações sociais ao longo da história.
Segundo a Secretária da Mulher da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, a dirigente sindical Abigail Pereira, “gerações de mulheres combateram a exploração capitalista e a discriminação de gênero, muitas vezes sob as mais violentas formas de opressão, obtendo conquistas de grande vulto, que mudaram radicalmente o papel desempenhado pela mulher na sociedade na busca da superação dos conceitos históricos de inferioridade e submissão ao homem, ao mesmo tempo em que abriram caminho para a compreensão das causas da opressão de gênero”.
Inseridas nesse contexto mais geral da luta das mulheres e de todo o povo, as brasileiras contabilizam uma trajetória de avanços e conquistas em suas lutas. Asseguraram o direito ao voto, à inserção no mercado de trabalho, lutaram pela democracia no longo período da ditadura militar. Participaram da luta pelos direitos humanos e se destacaram na batalha contra a violência de gênero, o desemprego e a precarização do modelo neoliberal. Ocuparam as ruas e foram às urnas exigindo a igualdade na lei e na vida.
Nessa trajetória mais recente, muitas conquistas obtidas, destacando-se: a ampliação da licença maternidade, a proibição da discriminação sexual no trabalho, o direito à posse da terra em nome na mulher do campo, a Lei Maria da Penha para enfrentar a violência doméstica, a reforma do Código Civil, entre outras.
Entretanto, apesar do crescimento da presença no mercado de trabalho e da elevação do nível de escolaridade, persistem ainda muitos problemas a superar, como a desigualdade salarial, a dupla jornada de trabalho, o assédio moral e sexual, além da violência e da opressão cotidiana.
Estas e outras questões podem, todavia, ser superadas com a participação de mulheres e homens juntos no combate ao sistema capitalista e na construção de um novo modelo econômico, político e social sem fome, sem miséria, sem excluídos e sem opressão, capaz de oferecer à humanidade uma vida digna e a verdadeira igualdade entre os seres humanos: a sociedade socialista. Viva o 8 de Março! Viva a luta das Mulheres!