Sem categoria

Paulo Skaf visita PCdoB-SP para discutir a sucessão paulista

O pré-candidato do PSB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, foi recebido pela direção estadual do PCdoB para trocar ideias sobre a sucessão presidencial, a disputa ao governo paulista e os principais desafios do próximo governador.
Por Renata Mielli

Skaf e Nádia

Criar as condições para pôr fim ao reinado do PSDB, que está no governo estadual há 16 anos, é a engenharia política que move o xadrez eleitoral paulista em 2010. Este objetivo tem que estar em consonância com o principal desafio do país: contribuir para a vitória nacional do campo composto em torno do presidente Lula para continuar e aprofundar as mudanças e conquistas obtidas nos dois primeiros mandatos.

É na busca por encontrar o melhor esquema para alcançar estes dois objetivos que o PCdoB de São Paulo tem debatido com os demais partidos que compõe a base do governo federal. Como parte desta agenda, nesta quarta-feira (3), o pré-candidato do PSB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf, visitou o Comitê Estadual do PCdoB para trocar ideias sobre a disputa ao governo paulista e os principais problemas que a próxima gestão deve enfrentar para reverter a situação de inoperância em áreas estratégicas como transporte, educação, saneamento e outras.

“Precisamos ter uma virada na política. Eu conhecia pouco o PCdoB, mas já conhecia e admirava suas lideranças. O PCdoB é um partido que pensa o Brasil, o desenvolvimento. Infelizmente a sociedade é pouco ligada à política, os jovens estão afastados, mas se estivessem ligados essa virada já teria ocorrido”, disse Skaf elogiando a atitude política do PCdoB.

Momento de definições

Para as lideranças partidárias do PSB e PCdoB presentes na reunião, o mês de março será decisivo para desenrolar o quadro de alianças em nível nacional e estadual. “Muitas dúvidas até o final de março serão resolvidas. Tem gente que acha que o Serra não vai sair candidato. Eu acho que sim, Serra vai ser candidato. Dilma já está bem próxima dele, como mostram as últimas pesquisas. São dois candidatos competitivos. O Ciro Gomes é pré-candidato porque acredita que para o projeto nacional é mais conveniente ter uma segunda opção. Mas o PSB não fará nada que possa prejudicar o projeto nacional do presidente Lula”, afirmou Skaf.

O pré-candidato do PSB avalia que a maior fragilidade eleitoral de Dilma Rousseff encontra-se no estado de São Paulo. Por isso, o PT paulista tem que ser arrojado. Para a presidente estadual do PCdoB, Nádia Campeão, “a responsabilidade de superar a desvantagem de Dilma em São Paulo é de todos do nosso campo. Achamos que seria melhor uma alternativa unitária nacionalmente. Se todos temos claro qual o projeto nacional que está em jogo, o ideal é que nos somássemos. Por isso a importância da participação do PMDB na chapa. O compromisso do PCdoB é com esse projeto”.

A disputa paulista

Paulo Skaf delineou dois cenários possíveis para a disputa estadual: um com três candidaturas mais competitivas (PSDB, PT e PSB) e outro cenário no qual a base de sustentação do governo Lula saia unificada no Estado. Em sua opinião, “o candidato do PSDB, apesar das dificuldades internas, será o ex-governador Geraldo Alckimin, e o PV pode lançar o Fábio Feldman para ter um palanque estadual para a Marina Silva”.

A presidente estadual do PCdoB, Nádia Campeão, disse que todos os movimentos realizados pela direção do partido no estado são para construir a unidade. “A unidade da base aliada em São Paulo é fundamental para o sucesso do projeto nacional. O destino de São Paulo está vinculado a este projeto. Achamos que é preciso acelerar essas definições e estamos trabalhando neste sentido. A possibilidade de uma candidatura do Ciro em São Paulo vinha neste sentido, de construir a unidade e trazer uma mudança para o cenário estadual”, argumentou Campeão.

Nádia explicitou à Skaf a resolução aprovada na reunião da direção estadual do PCdoB de manter a frente unificada em São Paulo com ou sem a candidatura de Ciro Gomes. “Porque não sair unido mesmo sem o Ciro? Devemos examinar no mérito o que precisamos para São Paulo. Esse debate tem que ser feito com a Dilma, com o Ciro, com o PSB e com o próprio presidente Lula. Se conseguirmos unificar a frente, teremos que examinar todas as alternativas para encabeçar a chapa e o seu nome deve ser colocado nestes termos, sem deixar de examinar os demais apresentados pelos outros partidos.

Os desafios do novo governo

Participaram do encontro com Paulo Skaf e dirigentes do PSB, o secretariado estadual do PCdoB, os vereadores Jamil Murad e Netinho de Paula, o deputado estadual Pedro Bigardi e Protógenes Queiroz.

Além de uma avaliação do cenário eleitoral, discutiram-se alguns dos principais problemas de São Paulo como a educação, segurança pública e transportes. Skaf afirmou que é preciso renovar a política paulista e que é preciso de coragem para enfrentar todos os graves problemas do Estado.
Ele informou que pretende fazer uma fotografia dos principais problemas em cada área e levantar custos e prazos para enfrentá-los. “Precisamos mergulhar no problema e na solução e mostrá-los de maneira fácil para a sociedade. Não há problema sem solução. Podem levar dois, três, até 10 anos, mas tem solução”, reiterou.