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Câmara paulistana expõe obra de Edíria Carneiro a partir do dia 4

Começa nesta quinta, 4, a partir das 18h e se estende até dia 11 na Câmara Municipal de São Paulo, a exposição “No tempo das águas”, da artista plástica Edíria Carneiro. No último dia da mostra, será realizada sessão solene especial pelo Dia Internacional da Mulher. A iniciativa dos gabinetes de Jamil Murad e Netinho de Paula, vereadores do PCdoB, e da União Brasileira de Mulheres, é uma homenagem à pintora cuja obra sempre esteve entrelaçada à luta do povo brasileiro, em especial às mulheres.

Edíria Carneiro

"Ediria Carneiro se dedicou e se dedica ao Partido Comunista do Brasil, trabalhando e vivendo modestamente como o fez na companhia de João Amazonas. Representa a força, garra e o comprometimento da mulher brasileira para defender a democracia, o progresso social, os interesses do Brasil em sua militância com características especiais, desde a década de 1940 até nossos dias", disse Jamil Murad, vereador propositor da homenagem.

Para Jamil, "esta homenagem tem todos os méritos, porque ainda hoje ela continua militante na produção de seus quadros para enaltecer o valor da mulher brasileira como nesta exposição, na busca da igualdade da mulher em nossa sociedade”.

Artista e militante

Ediria Carneiro Atuou desde a juventude no movimento social. Baiana, radicou-se no Rio de Janeiro em 1945, após participar como delegada no Congresso da UNE. Contribuiu desde então com ilustrações nas revistas Seiva e Movimento Feminino e no jornal A Classe Operária, entre outras publicações do Partido Comunista.

Nesta época conheceu João Amazonas, presidente nacional do PCdoB. Amazonas, vítima de feroz perseguição política em razão de sua luta por liberdade e igualdade social, viveu por muitos anos na clandestinidade. Ediria, sua companheira, sofreu todas as conseqüências brutais de tal realidade e também viveu por diversos anos na clandestinidade.

Durante os obscuros anos de ditadura militar, fixou residência em São Paulo e, mantendo-se na legalidade, sob risco de ser descoberta, enfrentou toda sorte de dificuldades para criar e educar os três filhos do casal.

Em 1976 exilou-se na França, em companhia de seu marido João Amazonas. Passou a frequentar o Atelier 17, de S.M. Hayter, fazendo ainda estágios nos ateliês de Henri Goetz e Joelle Serve.

Estudou com renomados artistas, destacando-se Iberê Camargo, Santa Rosa, Axl Leskoschek, Carlos Oswald e Hayter. Integrou o Núcleo dos Gravadores de São Paulo e foi membro do Salon d’Autonme na França. Participou de importantes exposições, tais como Bienal Internacional de São Paulo, Bienal de Gravura de Taiwan, Muestra Internacional de Minigrabados (Madrid), Salon des Artistes Français (Paris/França) e Salon Internacional Del Grabado (Madrid/Espanha). Possui obras nos acervos do MAM de São Paulo e em museus na Argentina e antiga Yugoslávia.

Sua arte retrata a realidade do povo brasileiro, suas mazelas e alegrias. No seu traço podemos sentir a delicadeza que emana do amor por seu povo, a angústia pelo sofrimento dos excluídos, a força que emerge dos explorados, a renovação e a esperança que brota das crianças e mulheres retratadas.

Serviço

Exposição “No tempo das águas”, de Edíria Carneiro, de 04/03 a 11/03/2010
Abertura: dia 4 de março, às 18h, no Hall da Câmara Municipal de São Paulo
Dia 11 de março, às 15h: homenagem a Edíria Carneiro
Plenário 1º de Maio, Câmara Municipal de São Paulo
Endereço: Viaduto Jacareí, 100 – Bela Vista – São Paulo

Da redação