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Deputado comunista do Chile promete oposição firme a Piñera

A partir desta quinta-feira (11), o presidente do Partido Comunista do Chile, Guillermo Teillier, passa a ser deputado. E, junto com ele, também o serão seus correligionários Lautaro Carmona e Hugo Gutiérrez. É a primeira vez, desde o retorno da democracia, que os comunistas chegam ao Parlamento. Em entrevista ao jornal La Nación, Teillier afirmou que a prioridade será "a reconstrução do país" depois do terremoto e a defesa dos direitos trabalhistas. Confira abaixo.

La Nación: É história está chegada ao Congresso?

Guillermo Teillier: É uma história interrompida. Se retoma o fio da história, porque os comunistas sempre estivemos no Parlamento até o golpe de Estado. O acordo contra a exclusão que fizemos com a Concentación (coalizão até então governista) permitiu que agora voltássemos ao Congresso.

La Nación: Quais são as suas prioridades?

Guillermo Teillier: Considerando o terremoto que mudou o panorama nacional, a primeira coisa que faremos no Parlamento é manter uma posição de constribuir com a reconstruir o país. Mas isso não significa que nisso nos comprometeremos a um governo de unidade nacional, ou que não seremos críticos. Será uma posição exigente em relação à resolução dos problemas dos mais afetados, do povo comum, dos mais pobres. Estamos preparando propostas e espero que possamos levá-las adiante.

La Nación: E sobre as iniciativas que os comunistas desejavam apresentar nos planos trabalhista, social e político?

Guillermo Teillier: Tudo ainda está em pé. Algumas coisas são urgentes. Por exemplo, o papel do Estado. Com o terremoto, se viu que não há um papel dirigente do Estado em muitas coisas, mas sim do setor privado, e aí não se pode agir de forma eficaz. Precisamos avançar nas reformas trabalhistas, para que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados. Agora, certamente, vai ser necessária muita mão de obra para a construção, mas queremos que esses trabalhadores sejam empregados com salários dignos, com contrados decentes, e que os empregadores não se aproveitem da tragédia para continuarem a violar os direitos dos trabalhadores.

La Nación: Vocês conseguirão formar uma bancada?

Guillermo Teillier: Nós temos oito deputados. Vamos ter uma bancada. Com pessoas do PS, do PPD, da DC e Luis Lemus.

La Nación: Frente ao governo de Sebastián Piñera, será uma oposição construtiva ou uma oposição para o confronto?

Guillermo Teillier: Não, de maneira nenhuma para o confronto. Nunca os comunistas fizeram uma oposição de confrontação no Parlamento. Será uma oposição construtiva, propositiva, mas muito firme. Há algumas coisas não vamos aceitar, como a privatização da Codelco, ou uma ampliação da privatização da saúde ou da educação. Vamos estudar as propostas e fazer as nossas próprias.

Fonte: La Nación

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