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Dirigentes do PCdoB debatem cooperação com o MAS da Bolívia

O presidente do Partido Comunista do Brasil, Renato Rabelo, acompanhado por Ronald Freitas, do secretariado do Comitê Central, e por Ronaldo Carmona, da Comissão de Relações Internacionais do Partido, receberam no sábado (12), em São Paulo, uma delegação do Movimento ao Socialismo (MAS), partido do presidente boliviano Evo Morales, para discutirem a situação política de ambos países e o desenvolvimento do acordo de cooperação firmado em novembro último, por ocasião do 12º Congresso do PCdoB.

A delegação boliviana foi liderada pela Secretária de Relações Internacionais do MAS e presidente da Confederação de Mulheres da Bolívia, Leonilda Zurita e composta por Milan Berna, da Comissão Política do MAS e secretário da Confederação Sindical Única de Trabalhadores Camponeses da Bolívia (CSUTCB), por Andrés Guzman, representante da presidência da Bolívia para relações com o Brasil e por Miguel Herrera, assessor do Grupo Interparlamentar Bolívia-Brasil da Assembléia Plurinacional (Parlamento) da Bolívia.

Renato Rabelo se congratulou com os êxitos recentes do governo de Evo Morales, em especial com sua reeleição em dezembro último, e observou que os comunistas brasileiros acompanham com grande interesse o desenvolvimento da experiência do MAS à frente do governo da Bolívia.

O presidente do PCdoB fez uma analise da situação da América do Sul, observando que a grande questão que se coloca para a região é o problema do desenvolvimento. Para Renato, só com o desenvolvimento, com a geração de riqueza e prosperidade se resolverão os inúmeros problemas do povo.

Renato Rabelo lembrou ainda a importante contribuição do MAS e do presidente Evo Morales em enfatizar a necessidade de combinar desenvolvimento com proteção do meio ambiente. Para o líder dos comunistas brasileiros, seria um equívoco cair nos dois extremos neste debate: não se pode realizar o desenvolvimento sem equilíbrio com o meio ambiente e por outro lado, seria um equívoco uma postura que em nome da proteção da natureza, impedisse o desenvolvimento.

Leonilda Zurita apresentou informações da situação recente da Bolívia e registrou a proposta do socialismo comunitário, formulada recentemente pelo presidente Evo Morales, que busca desenvolver a nova sociedade a partir das características próprias do povo boliviano, em especial da relação desse povo com a “madre tierra” (mãe terra). A dirigente masista lembrou da convocação, pelo governo da Bolívia, de uma Conferencia Internacional sobre Mudanças Climáticas, em Cochabamba, no final de abril, para debater a questão a luz do fracasso da COP-15 em Copenhagen, em dezembro último.

Leonilda também apresentou uma informação sobre a campanha para as eleições de 04 de abril na Bolívia, onde se elegerão os novos prefectos (governadores) dos Departamentos (Estados) bolivianos, observando as boas possibilidades de novos êxitos do MAS nestas eleições.

A dirigente do MAS, que também é dirigente feminina, valorizou os direitos das mulheres na nova Constituição boliviana e observou que metade do gabinete ministerial de Evo é composto por mulheres. Ela lembrou que não basta a igualdade meramente formal, pois é imprescindível que as mulheres se capacitem para ocupar esses espaços.

A Delegação do MAS reafirmou convite para que o presidente do PCdoB, Renato Rabelo visite La Paz, o que deverá ocorrer nas próximas semanas. Ambos Partidos desenvolverão projetos de cooperação na área de formação de quadros, experiências em gestão pública e trabalho junto aos jovens e as mulheres.

Seminário no Rio

A Delegação do MAS esteve no Brasil para participar de Seminário Internacional sobre as experiências socialistas chinesa e de governos de esquerda em países capitalistas, realizado entre quinta-feira e sábado (de 11 a 13 de março), no Rio de Janeiro.

O Seminário foi promovido pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) e pela Fundação João Mangabeira. O PCdoB foi convidado pela direção do PSB ao Seminário, onde estiveram presentes Ana Rocha, presidente do PCdoB do Rio e da Comissão Política Nacional e por Ronaldo Carmona, da Comissão de Relações Internacionais do Partido.

O Seminário foi aberto na noite de quinta-feira pelo ministro Samuel Pinheiro Guimarães, da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, que debateu os desafios brasileiros diante da atual ordem internacional.

Na sexta-feira, representantes do Partido Socialista do Chile, do Partido Socialista do Uruguai e a companheira Leonilda Surita expuseram as experiências de governos em seus países.

No caso chileno, a representação do PS fez um balanço dos êxitos e insuficiências dos 20 anos de governo da Concertação encerrado com a posse do direitista Sebastian Piñera nesta semana. Já o representante do PS uruguaio registrou a trajetória da Frente Ampla e do governo de Tabaré Vasquez e os desafios do governo que se inicia, de José Pepe Mujica.

Noutra mesa, no mesmo dia, Wang Jialei, Diretor geral assistente para América latina e Caribe do Departamento Internacional do Comitê Central do Partido Comunista da China fez uma rica apresentação dos 60 anos de fundação da Nova China, a partir da Revolução de 1º de outubro de 1949 e enfatizou a experiência dos 30 anos de vigência da política de reforma e abertura, que fez a República Popular da China tornar-se uma dos princiapais atores do cenário internacional.

No sábado, o Seminário do PSB apresentou uma mesa com Jorge Acosta, da Aliança Pais, partido do presidente Rafael Correa, do Equador, que relatou a experiência em seu país e o ex-ministro Humberto Costa, da direção do Partido dos Trabalhadores (PT), que falou sobre a situação brasileira, numa mesa coordenada pelo presidente nacional do PSB, governador de Pernambuco Eduardo Campos.

Da redação,
com informações da Secretaria de Relações Internacionais


Da esquerda para a direita:o Miguel Herrera, Freitas, Renato Rabelo, Leonilda, Guzman, Milan e Carmona