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Petróleo: PCdoB-RJ adere a manifestações contra emenda Ibsen

 A aprovação na Câmara da Emenda Ibsen Pinheiro – que retira dos estados produtores de petróleo a preferência no repasse de verbas advindas de sua exploração – gerou uma série de discussões a respeito do tema. Estados como Rio de Janeiro e Espírito Santo reclamam da medida que retiraria boa parte de suas receitas. Por outro lado, os demais estados a apoiam como forma de diminuir as desigualdades regionais. Nesse quadro, o PCdoB-RJ participará de manifestação hoje (17), na capital fluminense.

Os protestos acontecerão a partir das 16h na Candelária. Na opinião do deputado federal Edmilson Valentim (PCdoB-RJ), “na história do país, nunca retiraram recursos já previstos, de um ente da federação de forma tão violenta, como a que estamos vendo”.

A emenda foi aprovada na Câmara no último dia 10, com 369 votos a favor, 72 contra e duas abstenções. Agora ela segue para o Senado e, depois, para a sanção presidencial. Na ocasião, o governador Sérgio Cabral classificou o resultado como “o maior massacre da história federativa do país”.

Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), por sua vez, argumentou que “se a produção do petróleo é nacional, o proveito também tem de ser nacional”. “Somente Rio de Janeiro e Espírito Santo são beneficiados pelo atual sistema. Com a emenda, todos os demais Estados receberão recursos”.

Leia a seguir nota do PCdoB-RJ

Da redação

O Golpe da Emenda Ibsen

A Câmara de Deputados aprovou, na última quarta-feira, dia 10, a “emenda Ibsen”, que retira dos estados produtores de petróleo o direito de receber royalties e participações especiais.

Para o Estado do Rio isso representa uma perda de mais de 7 bilhões de reais por ano. Um verdadeiro “Golpe Federativo” nas palavras do representante do PCdoB-RJ na Câmara, deputado federal Edmilson Valentim. De fato, a “emenda Ibsen” é condenável e injusta por diversos motivos.

Golpe no Pacto Federativo – Uma nação imensa como o Brasil só permanece unida e forte se os estados que compõem o país tiverem uma relação harmônica, sem, por exemplo, guerra tributária. Retirar 7 bilhões de receita de um estado de forma abrupta e violenta como está sendo proposto é um atentado ao pacto federativo.

Golpe no Direito Constitucional – Os royalties e participações especiais recebidos pelos estados e municípios produtores de petróleo estão inscritos em nossa lei maior, a Constituição. Ou seja, a “emenda Ibsen” é inconstitucional.

O Golpe da Quebra de Contrato – A emenda aprovada mexe, inclusive, com contratos e recursos já definidos e assinados, representando clara quebra de contrato, o que é proibido por lei.

Injustiça histórica – Na constituinte de 1988, uma emenda do então deputado federal paulista José Serra fez com que o petróleo fosse o ÚNICO, repetimos, ÚNICO produto cujo o ICMS é cobrado onde é consumido. Em todos os outros casos o estado que produz é o que arrecada o ICMS, mas no caso do petróleo não. O Rio, que produz 85% do petróleo do país, recebe muito pouco de ICMS. Já São Paulo é o maior estado consumidor de petróleo e arrecada muito de ICMS. O álcool etanol, por exemplo, é usado como combustível, mas o ICMS é cobrado na origem, ou seja, beneficia quem produz, como o Estado de São Paulo, um dos maiores produtores de álcool etanol.

O PCdoB-RJ repudia a alegação de que o petróleo é explorado em alto-mar e que por isso diz respeito a todo o Brasil. Esquecem que a base de operação está em terra, criando a necessidade de construir uma imensa infra-estrutura para o armazenamento e transporte do combustível, gerando diversos problemas sociais e ambientais. Tanto que quando acontece um acidente, como vazamento de óleo, são as praias do Rio de Janeiro as afetadas. Ao mesmo tempo, este argumento serve favoravelmente às potências estrangeiras, já que o pré-sal está em alto-mar e nem por isso se coloca em dúvida o direito brasileiro sobre esses campos.

Por fim, o PCdoB-RJ considera necessário rediscutir a aplicação dos recursos dos royalties, que devem ser investidos maciçamente em educação, saúde e bem-estar social, ampliando a infra-estrutura das cidades, principalmente na área de saneamento e meio-ambiente, cuidando da qualidade de vida da população.

Conclamamos todos os fluminenses a se unirem em um brado uníssono de repúdio à “emenda Ibsen”, que caso seja efetivada será um verdadeiro crime contra o Rio. Para um Brasil forte, precisamos de um Rio forte. Defender o Rio é defender o Brasil!

Partido Comunista do Brasil – Rio de Janeiro

Atualizada dia 17, às 16h