Trabalhadores em educação paralisam as atividades por um dia

Mais de um milhão de alunos ficaram sem aula nesta terça-feira, 16 de março. Em Pernambuco, além da paralisação nacional, o Sintepe realizou uma assembleia no IEP, centro do Recife. Mais de 600 educadores ouviram informes e aprovaram um calendário de mobilização.

O presidente do Sintepe, Heleno Araújo iniciou a assembleia falando a respeito da reunião de ontem, dia 15, com o secretário de administração Paulo Câmara. “Os dez membros da Comissão de negociação do sindicato deixaram o secretário sem resposta. E pediu para desconsiderar a proposta enviada” disparou.

Ao som de vaias Heleno falou ao microfone os cortes que o governo propunha, por exemplo, de janeiro a maio o professor de ensino médio que trabalha 40 horas semanais iria ganhar R$1.025. A partir de junho, esse mesmo profissional passaria a ganhar R$ 1.056 e 10% da gratificação do magistério.

O sindicalista é ainda incisivo ao expor o que pensa “Essa bagunça e indecência provocava redução salarial. Os valores reduzidos teriam uma gratificação compensatória”. “Além de acabar com o Plano de Cargos e Carreira e da não implantação do Piso”, completou o diretor do Sintepe, Paulo Rocha. A categoria respirou aliviada quando ouviu do presidente do Sintepe que na quinta-feira (18), o governo se comprometeu a apresentar uma nova proposta. O Sintepe defende que a lei do Piso seja cumprida e o valor reajustado seja de R$ 1312,85.

O segundo ponto da assembleia foi a aprovação do calendário de mobilização (ver no fim do texto) pelos trabalhadores em educação. O diretor do Sintepe, Washington Carvalho ressaltou “Contamos com a participação massiva dos trabalhadores em educação. Só a mobilização externaliza o inconformismo”.

Ao final da assembleia, os trabalhadores saíram em caminhada para encontrar com representantes de outras entidades comprometidas com a educação, como por exemplo, Sindicato dos Professores da Rede Municipal (Simpere), Sindicato Único dos Profissionais do Magistério Público das Redes Municipais de Ensino no estado de Pernambuco (Sinduprom), Sindicato dos Professores de Educação de Olinda (Sinpmol), entre outros.

No caminho, os educadores foram ouvindo os representantes sindicais falarem em um trio elétrico. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Goiana disse “Tudo que conquistamos até hoje é fruto da luta. Sem educação o Brasil não entra no primeiro mundo, nem cresce politicamente e economicamente”.

Os trabalhadores saíram do IEP, passaram em frente ao Parque Treze de Maio, atravessaram a Conde da Boa Vista, passaram em frente à Secretaria de Educação e por fim, chegaram ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do Estado de Pernambuco.

Ao chegar lá, sindicalistas foram recebidos por Valdemar Borges em uma audiência pedida pela CUT. O diretor do Sintepe e coordenador geral da CUT, Paulo Rocha frisou “A audiência foi importante na medida em que as redes municipais e a rede estadual, através do Sintepe, apresentaram aos representantes do governo, questionamentos, a forma como o governo estadual trata o Piso, causando reflexo nas redes municipais”.

Calendário de mobilização

No dia 19, está marcada uma assembleia às 9h, no IEP, para fazer uma avaliação e retirar encaminhamentos.
No dia 20, próximo sábado está confirmada uma caravana para o Sertão do Estado, às 7h.
No dia 24, está prevista uma assembleia com Marcha da Comunidade Escolar.
No dia 25, grande expediente especial, em homenagem aos 20 anos do Sintepe, às 10h, na Assembleia Legislativa.

Fotos: João Carlos Mazella

Fonte: Site do Sintepe