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Uruguai defende mais integração e propõe porto para uso regional

O presidente uruguaio, José Mujica, defendeu, nesta terça-feira (16), uma maior integração sul-americana e reiterou uma oferta para instalar um porto que seja usado por países sem saída ao mar, como Bolívia e Paraguai.

Mujica, que tomou posse em meados de março, esteve no Chile e Bolívia na semana passada e visitará Brasil e Venezuela no fim do mês com o objetivo de estreitar laços. Para o presidente, essas viagens servem para "abrir canais de acordo e limar as asperezas" que podem comprometer relações bilaterais.

Como um dos passos para incrementar a integração, Mujica propõe a eventual instalação de um porto sobre o oceano Atlântico que seja propriedade de governos da região, para que possa ser utilizado pelos países mediterrâneos do continente.

"Integrar significa construir infraestrutura que nos integre, oferecer com generosidade à região a existência de algum porto que inclusive possa ser, no melhor dos casos, propriedade dos governos regionais. ", disse Mujica em seu programa de rádio.

De acordo com ele, o Mercosul "deve construir integração, o que significa ter vias de aporte energético, encontrar caminhos para compartilhar o gás da região de forma sensata e lutar para que os portos se complementem".

"Que o Paraguai possa sair com sua madeira, seus minerais, sua soja rumo ao Atlântico desde nosso país, e que o mesmo possa fazer a Bolívia, significa desenvolvimento para a região e um trabalho logístico de mão-de-obra para o Uruguai", acrescentou.

O presidente também colocou como exemplo de integração o intercâmbio em nível energético, que permitiria enfrentar de uma melhor maneira as situações de déficit que sofrem várias nações.
Durante sua visita à Bolívia e depois de uma reunião com o presidente Evo Morales, Mujica disse que para seu país seria "importantíssimo" poder comprar gás boliviano.

O Uruguai faz parte do Mercosul, junto a Argentina, Brasil e Paraguai, com Chile e Bolívia como associados e a Venezuela em processo de ingresso ao bloco. Ao falar  do problema das assimetrias entre os países do bloco, Mujica voltou a defender a "luta por nossos interesses" com uma generosidade inteligente".

"A política incide para o bem quando tem grandeza", afirmou. Segundo Mujica, os países da região devem ser capazes de entender que sua sorte está vinculada à capacidade de alinhar interesses comuns.

O presidente ainda considerou um "dever de irmãos" ajudar a Bolívia e o Paraguai a obterem acessos soberanos ao mar. Para tanto, ressaltou a necessidade de que toda a região busque maneiras de "facilitar a parte técnica e encontre soluções de caráter jurídico".

Com agências