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Tática tucana de reeditar Lula-Aécio caminha para fracasso

A repetição do movimento que ocorreu em Minas Gerais nas eleições de 2006, conhecido como "Lulécio", em que o eleitorado votou em Lula, do PT, para Presidente e Aécio Neves, do PSDB, para governador, não vai se repetir. Setores do tucanato estão querendo reeditar o movimento, agora chamado "Dilmasia", “para absorver o prestígio do nosso projeto político”, avalia a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG).

O movimento “Dilmasia” representaria a votação maciça dos mineiros na ministra Dilma Roussef, do PT, para Presidente e a eleição de Antônio Anastasia, vice de Aécio, como governador do Estado.

O secretário de comunicação do PCdoB de Minas, Kérisson Santos, explica porque o fenômeno não se repetirá. Enquanto Dilma já está com 30% das intenções de voto, Anastasia ainda não conseguiu passar dos 10% nas pesquisas. E Kérisson destaca que ele está fazendo campanha muito mais do que a oposição acusa Dilma de fazer.

“Na prática, ele assumiu o Governo; o Aécio ou está no Rio de janeiro ou no exterior”, diz Kérrison, acrescentando que “apesar de tudo isso ele não consegue decolar”. Os líderes comunistas no Estado acreditam que Dilma já prova que tem grande força em Minas e vai crescer mais ainda quando a base do Presidente definir claramente quem é o candidato.

Jô Morais garante que, em Minas, não há nenhuma movimentação política expressiva que assuma a ideia do apoio a ministra Dilma e ao candidato Anastasia. “A base do governo Lula está articulando candidatura ao Governo do Estado e uma candidatura do campo do Presidente Lula é a maior contribuição que damos à eleição da ministra Dilma”, diz ela.

Para Kérrison, o movimento “Lulecio” surgiu do fato de tanto Aécio quanto Lula gozarem de índices semelhantes de aprovação popular – entre 70% e 80 % – que se materializou de forma clara para o eleitorado. Mas não acredita na repetição do movimento porque as semelhanças que dizem existirem entre a Dilma e Anastasia são apenas duas – os dois nunca se candidataram a cargo público e tem padrinhos populares.

Jô Moraes acredita que os tucanos especulam em torno de uma ligação entre o voto em Dilma, pela força do projeto nacional do Presidente Lula, com o projeto tucano, que é artificial. “Isso não é uma evidência, é uma manobra política de setores do tucanato mineiro para absorver o prestígio do nosso projeto político. O esforço do conjunto dos partidos que apoiam o Presidente Lula será incorporar no Estado um governo que represente esse projeto”, afirma.

Rivalidade com Serra

A reedição do movimento unindo a preferência do eleitorado mineiro nos candidatos tucano e petista este ano é defendida pelo prefeito de Salinas, José Antônio Prates, ex-petista, hoje no PSB.

Em entrevista ao Portal Terra, em que defende sua teoria do "Dilmasia", Prates revela uma forte rivalidade com o governador de São Paulo, José Serra, que disputou com Aécio a indicação para a candidatura tucana à Presidência da República: "Vai levar uma surra histórica" em Minas Gerais. "Os prefeitos do PT e do PSDB vão estar juntos nisso", afirma.

Ainda sobre José Serra, Prates disse que isso está claro no resultado das recentes pesquisas eleitorais. “Ele desdenhou a proposta de prévias do governador Aécio Neves, uma discussão onde o povo debateria os candidatos e as propostas. O Serra boicotou, fugiu do palco, correu e Aécio saiu de cena no final do ano e deixou o Serra só. E é por isso que o Serra começou a cair e a Dilma a se consolidar.”

Da sucursal de Brasília
Márcia Xavier