BA: Investimentos produtivos e qualificação aumentam empregos

A taxa de desemprego na Bahia caiu de 22% para 17,8% e o número de empregos informais também tem caido, ao passo que as contratações com carteira assinada estão aumentando. Os dados, da Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), mostram que os empregos são resultados de ações em diversas áreas, inclusive do próprio Governo do Estado, que investe em obras públicas como hospitais, implementa atividades de educação, segurança pública e atrai novos investimentos.

A contratação de novos servidores, por concurso e seleção públicos, também contribuiu para a redução do desemprego na Bahia. De acordo com dados da Secretaria Estadual da Administração, entre os anos de 2007 e 2009, o Poder Executivo incluiu na folha de pagamento 13.045 novos servidores das mais diferentes áreas.

O governo estadual contabiliza vários empreendimentos que vão requerer mão de obra. No caso de Salvador, a Via Expressa, em andamento, e a construção do novo Estádio Otávio Mangabeira (Fonte Nova), prevista para começar ainda este ano e que poderá gerar até 2.700 empregos, entre outros.

No interior, o secretário do Trabalho, Nilton Vasconcelos, destaca a reestruturação da BA-093; o complexo viário do pólo industrial de Camaçari e ainda os investimentos em diferentes modais, como a Ferrovia Oeste-Leste, a área portuária (com a ampliação do Porto de contêineres de Salvador) e náutica (com a construção de vários estaleiros no Recôncavo Baiano). Todas essas frentes demandam profissionais qualificados.

Crescimento recorde

A marca expressiva de 71.170 novos empregados, atingida em 2009, seguramente será ultrapassada em 2010. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, até o final deste ano a Bahia criará mais de 83 mil novos empregos.

“Demos uma boa largada, já que esses dois meses (janeiro e fevereiro) acumularam mais de 20.500 novos empregos com carteira assinada. Continua havendo um bom desempenho da Construção Civil, do Comércio e Serviços também. Mas a indústria indica uma retomada importante, o que é uma indicação de que, em seguida, o setor de Comércio e Serviços responderá positivamente e contribuirá para que essa previsão de 83 mil seja superada”, avaliou Vasconcelos.

O governo está otimista com os dados divulgados recentemente pelo Caged. Após serem publicados, os números relacionados ao emprego no estado, no mês de janeiro (14.424 vagas preenchidas com carteira assinada), chegou o momento de comemorar um novo recorde: 99,85% dos empregos gerados nos meses de janeiro e fevereiro em todo o Nordeste estão na Bahia. Dos 20.553 empregos diretos registrados nessa região no país, 20.512 são baianos.

Em função da sazonalidade, o balanço das contratações oscila a cada mês. Em novembro e dezembro, por exemplo, em razão das festas de fim de ano, há um maior número de recrutamentos. Da mesma forma, é preciso considerar a redução no número de contratações na agricultura em determinadas épocas do ano. Pois nos períodos de colheita, aumenta o número de trabalhadores no campo. Os dados do Caged se referem ao saldo da contratação versus a demissão de um determinado período.

Qualificação profissional

Na iniciativa privada, a qualificação profissional está entre os principais fatores que influenciam diretamente na contratação da mão de obra. Neste sentido, o Serviço de Intermediação para o Trabalho (SineBahia), órgão do governo estadual, faz triagens para identificar o perfil profissional, orienta, qualifica e encaminha o trabalhador ao emprego.

Em 2009, mais de 200 mil trabalhadores foram captados principalmente pelo setor privado. Deste total, 59.207 pessoas foram colocadas no mercado por intermédio do SineBahia. A unidade central, em Salvador, atende em torno de 800 pessoas, diariamente. Segundo informações do SineBahia, se incluídas as palestras e cursos oferecidos, o número de trabalhadores atendidos no local chega a dois mil por dia.

No Brasil, diante da previsão de ampliação da expansão para a área da Construção Civil, cogita-se a possibilidade de importar mão de obra de países vizinhos. Um programa de destaque desenvolvido na Bahia é o “Educar para Construir”. A manutenção dessas iniciativas favorece para que as empresas que venham se instalar no estado, utilizem recursos humanos locais.

O secretário do Trabalho reiterou que, em virtude das exigências crescentes de qualificação para o suprimento das novas vagas, o governo continua executando os programas de qualificação de trabalhadores, como o “Trilha” e o “Juventude Cidadã”. “A nova metodologia de trabalho do Sine é oriunda da intermediação aliada à qualificação profissional e social”, lembrou.

Trabalho Decente

Segundo o relatório apresentado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), entre os setores que mais devem empregar na Bahia, em 2010, se destacam o Comércio e Serviços liderando a lista com 34.526 oportunidades, a Construção Civil, que deverá agregar 17.436 pessoas ao mercado de trabalho e o setor Industrial que pretende empregar 11.132 pessoas.

Para garantir que as milhares de oportunidades de trabalho criadas na Bahia sejam oferecidas de forma digna, o Governo do Estado acompanha as orientações previstas na Agenda Bahia do Trabalho Decente. A erradicação do trabalho escravo e do trabalho infantil, segurança e saúde no trabalho, cumprimento da legislação trabalhista estão entre os compromissos da Agenda.

O trabalho doméstico também está entre os eixos prioritários da Agenda do Trabalho Decente. A realização de cursos de qualificação, campanhas que estimulam a formalização da categoria e a elaboração de uma cartilha com os direitos e deveres são algumas das estratégias adotadas pelo Governo da Bahia em prol dos trabalhadores domésticos.

Fonte: Agecom Bahia