Sem categoria

Organizações formarão Assembleia durante Conferência dos Povos

Ativistas de diversas entidades e movimentos sociais anunciaram a formação de uma Assembleia de Movimentos Sociais para debater, organizar e apoiar as propostas e iniciativas dos governos comprometidos com os direitos da natureza, durante a Conferência Mundial dos Povos sobre a Mudança Climática e os Direitos da Mãe Terra, que acontecerá em Cochabamba, na Bolívia, entre os dias 19 e 22 de abril deste ano.

Segundo as organizações que formarão a Assembleia, os participantes demandarão pela busca de soluções para a crise, pelo fim da militarização, e contra as ações das transnacionais que, com a conivência e o apoio de governos e instituições multilaterais, como o Banco Mundial, desmataram territórios para os monocultivos e criação de mercados especulativos.

Os ativistas também tentarão compensar a falta de resultados positivos da 15º Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 15), que aconteceu em Copenhague, Dinamarca, em dezembro do ano passado.

O documento final, estipulado pela Conferência, foi assinado por apenas trinta, dos quase duzentos líderes que integraram a Convenção. Além disso, o acordo não determina uma meta ambiciosa de corte das emissões exageradas de gases causadores do efeito estufa.

Na convocatória divulgada pelas entidades sobre a convocatória da Assembleia, a falta de um acordo firme na COP 15 e a fragilidade da questão ambiental no contexto atual, são problemas atribuídos à prepotência dos Estados Unidos, da União Europeia, e das transnacionais que recebem apoio dos dois pólos.

As estratégias falhas de saída da crise econômica, e a lógica depredadora, racista e patriarcal do capitalismo, seriam, de acordo com o texto divulgado pelas organizações, responsáveis pela presença militar, invasões e ocupações indevidas para o controle de recursos energéticos, da água e da biodiversidade em diversas partes do mundo, sempre amparadas por negociações ilegítimas em nome da crise climática.

Na ocasião da Conferência, em Cochabamba, a Assembleia também vai planejar a agenda de atividades dos movimentos sociais integrantes, de maneira a divulgar alternativas de resistência à expansão das relações de mercado fundamentadas no desrespeito à natureza, ofensiva de transnacionais e militarização.

São convocantes da Assembleia de Movimentos Sociais: Aliança Social Continental, Amigos da Terra América Latina e Caribe (Atalc), Centro Brasileiro de Luta pela Paz (Cebrapaz), Central Sindical das Américas, Climate Justice Now!, Coordenação Latinoamericana de Organizações do Campo (Cloc), Federação Democrática Internacional das Mulheres (Fdim), Marcha Mundial das Mulheres, Organização Continental Latino-Americana e Caribenha dos Estudantes (Oclae), Rede Cadtmayna e Via Campesina.

Sobre a Conferência Mundial dos Povos

Convocada pelo Governo do Estado Plurinacional da Bolívia, a Conferência Mundial dos Povos sobre Alterações Climáticas e os Direitos da Mãe Terra vai acontecer entre os dias 19 e 22 de abril, na cidade de Cochabamba, para analisar e discutir as causas das mudanças climáticas, e propor soluções que permitam o bem-estar da humanidade em harmonia com a natureza.

Além disso, será debatida a aprovação de uma Declaração Universal da Mãe Terra, dos novos compromissos do Protocolo de Quioto e da Convenção-Marco das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

Fonte: Adital