Professores da rede privada mantém paralisação nesta sexta

Na última sexta-feira (26/03), cerca de mil professores da rede privada de ensino de Belo Horizonte e região paralisaram as atividades e se reuniram em assembleia na Associação Médica de Minas Gerais.

 Em seguida, os professores realizaram uma manifestação pelas ruas do centro da cidade, em luta por respeito, melhores salários e condições de trabalho.
Na assembleia, os professores decidiram, por unanimidade, recusar a proposta patronal e realizar nova paralisação a partir do dia 5 de abril, quando haverá assembleia da categoria. A paralisação atinge as principais escolas da cidade ao longo dos três turnos desta sexta.

Os professores reinvidicam recomposição salarial de acordo com o INPC (4,36%) e ganho real de 5,25%; implementação de planos de carreira e de cargos e salários; equiparação dos pisos salariais da educação básica; limitação de alunos por turma; regulamentação da Educação a Distância (limites de alunos por turma, carga horária, entre outros critérios), entre outras questões.

Proposta indecorosa

Durante a assembleia, a diretora do Sinpro Minas, Celina Arêas, apresentou aos presentes os pontos principais da contraproposta entregue pela comissão patronal, em 25 de março:

– Reajuste salarial pelo INPC (4,36%);
– Aumento real negado;
– Limitar o Adicional por Tempo de Serviço em 5%, independentemente de quantos anos de efetivo na escola (Atualmente o quinquênio acumulado pode chegar a 25%);
– Transferir as férias do ensino superior e posterior para 1º a 30 de julho;
– Redução da garantia de salários (de 120 para 90 dias por semestre).

Indignados, os professores demonstraram espírito de mobilização para resistir às investidas contra seus direitos, recusando, por unanimidade, a contraproposta patronal. Um professor universitário manifestou sua posição. "Não vamos aceitar essa proposta indecorosa, que retira nossos direitos".

Mobilização permanente

Uma professora de Direito do Trabalho expressou seu apoio ao movimento grevista. "Diante de uma CLT atrasada, da época de Getúlio Vargas, o único caminho que temos para garantir os direitos dos trabalhadores é mobilizar e paralisar as atividades".

O presidente do Sinpro Minas, Gilson Reis, parabenizou os professores pela paralisação. "Nessa luta ferrenha entre capital e trabalho, a força que temos está no coletivo". Em seguida, ele apresentou à assembleia a proposta de intensificar as mobilizações. "Colocamos em discussão a não-aceitação da proposta patronal e a paralisação por tempo indeterminado".

Após manifestarem suas posições, os professores encaminharam as decisões da assembleia, de forma organizada e consciente:

– Às 11h53, cerca de 1000 professores presentes levantaram as mãos e votaram, por unanimidade, a recusa à proposta patronal.

– Às 11h58, os professores votaram, também por unanimidade, decretar estado de greve, manter o processo de mobilização e organização do movimento, e realizar nova assembleia, com paralisação, a partir do dia 5 de abril, às 8h, no Auditório da Faculdade de Medicina da UFMG (av. Alfredo Balena, 190 – Centro – BH). No mesmo dia, às 17h, os professores vão realizar manifestação na porta do sindicato patronal.

Os professores terminaram a assembleia emocionados, e reafirmaram em coro:

NENHUM DIREITO A MENOS!!!

Campanha Reivindicatória 2010 – Próximos passos

05/04/10 – segunda-feira

8h – Assembleia com paralisação

Auditório da Faculdade de Medicina da UFMG

(av. Alfredo Balena, 190 – Centro – BH).

17h – Manifestação na porta do Sinep-MG

(rua Araguari, 644 – Barro Preto – BH)

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