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Lula rebate os críticos e elogia atuação de Dilma e ex-ministros

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou a cerimônia de posse de dez novos ministros para rebater os críticos e tecer elogios aos ex-integrantes do governo, especialmente Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sua sucessão, que até manhã desta quarta-feira (31) ocupava a pasta da Casa Civil.

Novos ministros - Foto: Ricardo Stuckert/PR

"Não existe ninguém insubstituível, mas eu acho que a Dilma foi de uma competência extraordinária. O Brasil deve muito a ti", disse o presidente, que tentou justificar a imagem de dureza da ex-ministra. "Muita gente diz que a Dilma é dura, mas também nem todo mundo precisa ficar se arreganhando o tempo todo. Ser dura é uma das estacas que você utiliza para exercer sua função no poder", acrescentou.

Lula classificou a renúncia de Dilma como um prejuízo ao país. "Mas a expectativa é de que você seja mais do que ministra da Casa Civil. A esperança é a motivação de sua saída", declarou. O presidente ainda comentou as eleições deste ano e afirmou que seus adversários terão de pôr o pé no barro para derrotá-lo. "Quem quiser me derrotar, terá que trabalhar mais do que eu", garantiu.

Em seu discurso, Lula também frisou que respeita a decisão dos ministros que deixam os cargos para concorrer nas eleições, mas não deixou de lamentar a saída de "companheiros que vestiram a camisa do governo". Ele elogiou, um a um, todos os dez ex-ministros.  ( Clique aqui para ouvir o áudio com a íntegra do discurso do presidente Lula )

Paulo Bernardo e Orlando Silva ficam

Ele pediu nominalmente para que os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e do Esporte, Orlando Silva, não deixassem o governo e não disputassem qualquer cargo eletivo em outubro. Bernardo deve integrar um eventual governo da pré-candidata petista Dilma Rousseff, ao passo que Orlando Silva terá a responsabilidade de coordenar a organização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016.

Ao se dirigir ao ministro do Planejamento, Lula brincou: "pedi para que não fosse candidato a nada até porque a mulher dele é e poderia ter uma disputa em casa". A mulher de Bernardo, a petista Gleisi Hoffmann deve se lançar à disputa pelo Senado no Paraná. A Orlando, afirmou o presidente: "ele terá uma das tarefas mais importantes na Copa e nas Olimpíadas".

"Espero não mexer com ninguém até 31 de dezembro. Gostaria de todos ficassem até o final do mandato", disse Lula.

Nesta terça, ele já havia pedido ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que continuasse à frente da autoridade monetária até o final de 2010 como forma de garantir estabilidade para o próximo presidente, a ser escolhido nas eleições de outubro. Meirelles pediu 24 horas para pensar e decidir se abandona de vez qualquer pretensão política neste pleito.

Novas críticas à imprensa

Em meio aos afagos aos colegas, lembrou do racionamento de energia de 2001, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Quantas aves de mau agouro não torcem para acabar a energia no país. Torceram para que o governo tivesse o mesmo apagão de 2001", enfatizou.

Antes, ao falar sobre a Previdência Social, o presidente já tinha defendido a contratação de mão-de-obra pelo governo. "As pessoas que criticam o inchaço da máquina são os que defendem o inchaço das filas. Como preferimos tratar as pessoas com decência, contratamos peritos. Você marca uma perícia médica em no máximo cinco dias", lembrou.

Mais uma vez, ele criticou a atuação da imprensa ao comentar que há uma distância muito grande entre o que se lê e o que se vê.

Quem sai e quem fica

Além de Dilma, deixam o governo os ministros Hélio Costa (Comunicações), Alfredo Nascimento (Transportes), Edson dos Santos (Igualdade Racial), Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), Edison Lobão (Minas e Energia), Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), José Pimentel (Previdência Social), Carlos Minc (Meio Ambiente) e Reinhold Stephanes (Agricultura).

Os secretários-executivos que tomaram posse são Paulo Sérgio Passos, no Ministério dos Transportes; Márcio Zimmerman, no Ministério de Minas e Energia; Elói Ferreira, na Secretaria de Igualdade Racial; Izabella Mônica Vieira Teixeira, no Ministério do Meio Ambiente; João Santana, no Ministério de Integração Nacional; Carlos Eduardo Gabas, no Ministério da Previdência Social; e Erenice Guerra, na Casa Civil.

No caso do Ministério da Agricultura, o substituto de Stephanes é o presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Wagner Rossi. Já o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome está, agora, sob a liderança da ex-secretária-executiva Márcia Lopes, enquanto o Ministério das Comunicações ficará nas mãos de José Artur Filardi, que chefiava o gabinete de Hélio Costa.

Com informações do site do jornal Valor Econômico