FED vê recuperação, mas emprego continua deprimido nos EUA
O Federal Reserve (FED, banco central dos EUA) está otimista com a economia norte-americana. No documento conhecido como Livre Bege, divulgado nesta quarta (14), a instituição afirma que a recuperação das atividades está se disseminando por grande parte do país. Os comerciantes vendem mais e as fábricas estão aumentando a produção, mas muitas companhias seguem cautelosas com relação a contratações, ou seja, o mercado de trabalho continua deprimido.
Publicado 14/04/2010 17:53
O novo levantamento do Fed é consistente com a visão do presidente da instituição, Ben Bernanke, de que está ficando clara uma recuperação modesta da economia, embora não muito forte para reduzir rapidamente o desemprego, hoje em 9,7%.
Melhoria
Todas as 12 regiões do Fed – com exceção de St. Louis – notaram que "a atividade econômica cresceu de alguma maneira". Isto significa uma melhoria em relação à pesquisa anterior, divulgada no início de março, quando nove regiões revelaram avanços econômicos modestos. As nevascas afetaram a atividade ao longo da Costa Leste.
No novo estudo, a região de St. Louis informou que as condições econômicas "abrandaram", em contraposição ao observado no relatório passado, de condições econômicas divergentes.
O documento do Fed, conhecido como Livro Bege, será importante quando Bernanke e seus colegas se reunirem nos dias 27 e 28 deste mês para decidir a direção futura da política monetária. Alguns economistas preveem que o Fed vai continuar a manter as taxas em níveis baixos, como ocorre desde dezembro de 2008.
Consumo
O novo relatório sugere que os consumidores, cujos gastos respondem por 70% da atividade econômica dos EUA, estão fazendo sua parte para manter a recuperação em curso. Varejistas em muitas áreas do país registraram aumento das vendas e os comerciantes se mostram "cautelosamente otimistas sobre as vendas futuras". A comercialização de veículos avançou em muitas localidades assim como aumentaram os gastos com turismo.
As fábricas tamba ém viram melhorias. Encomendas, embarques e produção subiram em todas as partes do país, menos em St. Louis. A produção cresceu para equipamentos eletrônicos, computadores e bens de alta tecnologia.
Trabalhador é quem mais sofre
Existem, porém, elementos de preocupação. O mercado imobiliário residencial ainda está frágil e a atividade imobiliária comercial permaneceu "muito debilitada" na maioria das regiões dos Estados Unidos, apontou o Fed.
Outro problema é o desemprego. Desde o início da recessão, em dezembro de 2007, mais de 8,5 milhões de postos de trabalho foram destruídos no país. Em fevereiro foi registrada certa recuperação das contratações, mas ainda é cedo para falar em retomada consistente neste terreno. A classe trabalhadora foi a primeira a ser atingida pela crise e, pelo visto, ainda continuará a sentir seus efeitos por um longo tempo. As intervenções trilionárias do Estado, sob Bush ou Obama, foram fundamentis para resgatar bancos e banqueiros da falência, mas em nada aliviaram a difícil situação da classe trabalhadora.
Da redação, com agências