Testemunha confirma: grupo terrorista planejou matar Evo Morales
Uma das pessoas investigadas por seu suposto vínculo com um grupo terrorista desarticulado na Bolívia em 2009 confirmou à Promotoria que o grupo tinha a intenção de matar o presidente Evo Morales. A testemunha, Marco Monasterio, é secretário de Câmara da Corte Departamental Eleitoral de Santa Cruz – em cuja capital o suposto grupo terrorista se articulava – e está atualmente em prisão domiciliar.
Publicado 14/04/2010 16:20
Sua declaração, realizada dias atrás perante um fiscal de La Paz, foi revelada pelo ministro de governo (Interior), Sacha Llorenti, em um relatório entregue terça-feira ao Senado. O senador Eugenio Rojas, do governista Movimento Ao Socialismo (MAS), disse hoje à rede de televisão Uno que Monasterio tinha conhecimento de um plano para formar um grupo armado em Santa Cruz para assassinar o governante.
O senador afirmou que o presidente Morales estava sendo vigiado e que o grupo pretendia formar "um Exército" próprio em Santa Cruz com o apoio de US$ 20 milhões e assim promover a separação do departamento da Bolívia.
Segundo a declaração de Monastério, divulgada hoje nos meios de comunicação, o boliviano, croata e húngaro Eduardo Rózsa, líder do grupo armado, disse que "tinha um plano para matar o presidente" e que precisava de nove homens para realizar a ação. Rózsa e outros dois estrangeiros foram mortos em conflito com a Polícia há quase um ano, no dia 16 de abril, em Santa Cruz.
Também foi divulgada a declaração de Svonko Matkovic, outro dos investigados neste caso, que revelou à promotoria que Rózsa podia contar com o apoio dos "Cara Pintadas" da Argentina e grupos croatas para seus planos que incluíam, entre outras coisas, assaltos a unidades militares.
A senadora opositora Centa Reck qualificou os testemunhos divulgados pelo Executivo como "muito ambíguos". "Não acho que estas declarações possam ser levadas a sério porque foram tomadas sob muita pressão e em condições que não são favoráveis para as pessoas que foram acusadas", declarou.
O ministro Llorenti, pelo contrário, destacou hoje que as declarações de Matkovic e Monasterio "demonstram de maneira claríssima a organização de um grupo para dividir Bolívia". Mas, além disso, vinculou essas tentativas separatistas a "lojas maçônicas" de Santa Cruz, particularmente a "Cavalheiros do Oriente" na qual supostamente militam altos líderes do departamento. Para o ministro, após as declarações divulgadas, há uma "plena consciência coletiva da ameaça que havia sobre o país".
Fonte: EFE