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Rosso no Governo do DF é derrota de Arruda e Roriz

A posse, na manhã desta segunda-feira (19), do novo governador do Distrito Federal, o peemedebista Rogério Rosso, é avaliada como uma vitória contra Wilson Lima (PR), candidato apoiado pelos ex-governadores Joaquim Roriz (PSC) e José Roberto Arruda (ex-DEM), acusados do esquema de corrupção instalado em Brasília. O novo governador assume comprometido com a Carta de Brasília, dos partidos que o apoiaram.

Para o presidente regional do PCdoB, Augusto Madeira, essa foi a solução política encontrada para superar crise, afastando a possibilidade de intervenção federal do DF. “Não há sentido para intervenção, porque o processo foi aprovado na Câmara Legislativa e a Justiça foi questionada e manifestou a legitimidade do processo”, destacou.

Rosso foi eleito em primeiro turno, com apoio de nove partidos, entre eles o PCdoB, PTB, PDT, PV, PRB e outros. O PT também declarou que votaria no candidato do PMDB no segundo turno para derrotar o governador interino, Wilson Lima (PR), que disputou a eleição.

Madeira disse que na Carta de Brasília, assinada por todos os partidos que apoiaram Rosso, são cobradas posturas que o novo governador deve adotar durante o seu mandato até o dia 31 de dezembro deste ano. Ele será o quarto governador em 68 dias, depois que Arruda foi preso, em 11 de fevereiro.

Carta de compromisso

“Na essência, este documento assegura a todos os partidos que o subscrevem e a toda sociedade a transparência e legitimidade dos atos do novo governo. É isso o que vai permitir que seja atingida a meta de por um fim à crise política que se instalou no Distrito Federal”, diz o documento.

Madeira enumera os compromissos, destacando a realização de auditoria em todas as contas do GDF nos últimos anos, abertura das contas do Executivo por meio de balanços quinzenais publicados na imprensa a partir da posse, contratação de empresa especializada para avaliar possíveis pontos falhos do Plano Diretor de Ordenamento Territorial (PDOT), aprovado sob grave suspeição pela Câmara Legislativa, além do redimensionamento da máquina pública com redução de cargos de confiança.

O presidente do PCdoB destacou, entre os compromissos, o da criação de um conselho de notáveis, não remunerados, para atuar junto ao novo governo. Madeira disse ainda que o novo governador deve abdicar de ser candidato à reeleição para que não haja interferência no processo eleitoral.

O PCdoB tem como candidato ao GDF nas eleições deste ano, Messias de Souza, que retirou a candidatura nas eleições indiretas a pedido do presidente do PMDB-DF, deputado Tadeu Filipelli.

Madeira explica que a retirada da candidatura de Messias foi “um gesto de fortalecimento para derrotar Wilson Lima”. Para o líder comunista, “a nossa posição foi vitoriosa, constituímos um movimento de nove partidos para derrotar Roriz e Arruda, representados na candidatura de Wilson Lima, e construímos essa alternativa com a Carta de Brasília defendendo pontos que o novo governo deve adotar para superar a crise política do DF”, afirmou.

Cheio de problemas

O novo governador assume já com dois grandes problemas. Nesta terça-feira (20), o Tribunal de Justiça do DF deve se manifestar sobre a revogação do PDOT. Se o plano for revogado, o governo do DF terá de suspender vários empreendimentos comerciais em áreas impróprias contempladas pelo PDOT.

A suspensão do plano contraria interesses de grandes empresários da cidade que, segundo denúncias de Durval Barbosa, subornaram os deputados distritais para que votassem a favor do projeto.

Outro desafio para Rosso é a comemoração dos 50 anos de Brasília, na quarta-feira (21). O Tribunal de Contas do DF suspendeu a contratação das empresas encarregadas de montar toda a infra-estrutura da festa, que poderá ter nomes como Daniela Mercury e Milton Nascimento, mas ainda não tem palco, som, nem luz garantidos.

De Brasília
Márcia Xavier