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Bancos não financiam a Grécia e governo pede socorro ao FMI

O primeiro-ministro grego, George Papandreou, pediu a ativação do plano de resgate acertado entre líderes europeus e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para tirar o país da crise da dívida. Falando da ilha de Kastelorizo, ele disse que solicitou ao ministro das Finanças, George Papaconstantinou, que fizesse a solicitação formal pela ativação do socorro.

Papandreou comentou que os mercados não responderam positivamente às medidas de austeridade e que agora é uma "necessidade nacional" pedir ajuda. A classificação de risco da dívida grega foi rebaixada por várias agências. O risco de moratória é grande e deixou os banqueiros ariscos, além de elevar a taxa de juros cobrados nos refinanciamentos.

Especulação e agiotagem

Um representante do governo grego havia avisado que a Grécia iria pedir o resgate financeiro conjunto da zona do euro e do Fundo nesta sexta-feira (22) uma vez que a pressão do mercado levou os custos do financiamento do país para níveis insustentáveis.

O pacote vai fornecer aos gregos empréstimos de outros países da zona do euro da ordem de 30 bilhões de euros a uma taxa de juro de cerca de 5% e outros 10 bilhões de euros do FMI.

Até agora, o governo social-democrata da Grécia insistia que preferia ir aos mercados de bônus para suas requisições de financiamento e evitar um pedido de ajuda. Ontem, contudo, os custos do financiamento da dívida saltaram para níveis alarmantes e insustentáveis, com a taxa de juro para o bônus grego de 10 anos perto de 9%. Um sinal de que se ganha muito dinheiro especulando com a possibilidade de moratória no país e praticando agiotagem.

Déficit de 13,6% do PIB

O salto nas taxas de juros impostas pelo mercado veio depois de a agência de classificação de crédito Moody´s reduzir a nota soberana do país e a agência de estatísticas Eurostat rever o déficit orçamentário da Grécia em 2009 de 12,9% do Produto Interno Bruto (PIB) para 13,6% do PIB e avisar que pode rever o dado.

Essa taxa é mais de quatro vezes o teto da União Europeia estipulado para os 16 países que usam o euro, afetado pela crise financeira grega. O spread (diferença) entre o bônus grego de 10 anos e alemão – considerado como referência – começou a se estreitar com a notícia de que o governo da Grécia poderia ativar o mecanismo de ajuda.

Atenas reiterou que conseguindo perseguindo sua meta de reduzir seu déficit em ao menos 4 pontos percentuais em 2010.

A pretexto de viabilizar tal objetivo o governo baixou dois pacotes amargos para a classe trabalhadora, impondo redução de salários e benefícios e aumento da idade mínima para aposentadoria. Os trabalhadores reagiram com indignação e já realizaram pelo menos três greves gerais neste ano repudiando as medidas e exigindo que os ricos também paguem pela crise.

Da redação, com agências