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Com a marcha do tempo e o espírito da época

Somente um Partido dotado de uma visão de mundo comunista, que luta pelo socialismo e defende os elevados valores da libertação da humanidade, sintonizado com a época e a realidade do país, é capaz de se apresentar com tamanhos otimismo, entusiasmo, alegria e descontração, sem perder a solidez e a consistência de sua proposta, como fez o Partido Comunista do Brasil em seu programa de televisão de ontem à noite. 

José Reinaldo Carvalho*

A julgar pela imediata repercussão positiva, a direção partidária fica com a impressão de que a peça publicitária e política magnetizou a militância e os que seguem o Partido. Somente um Partido não dogmático, portador da dialética e de uma tática ampla, combativa e flexível, simultaneamente elástica e radical, é capaz de tal façanha.

O Programa de TV do PCdoB partiu da afirmação de uma identidade, cara e irrenunciável para os comunistas, identidade de partido de classe e popular, com objetivos históricos elevados. A cena inicial, singela, emotiva e instigante, faz a associação da trajetória sofrida e vitoriosa de vida do presidente da República, com a luta de quase um século dos comunistas e do povo brasileiros por direitos sociais, comida, educação, terra, trabalho, liberdade, independência. A cena carrega forte didatismo e está impregnada da pedagogia popular, pois é assim que o povo evolui e cresce, a partir das coisas simples, sofrendo dores pungentes, mas sem perder a esperança, sorteando obstáculos, travando lutas… e vencendo. O mérito da peça que apresentamos ontem ao Brasil consiste na visão de povo e de partido que transmitiu – simples e concreta, sem estereótipos nem escamoteações de sua natureza.

Em escassos dez minutos mostramos um Partido em crescimento, em movimento, em expansão. Os nossos representantes deram voz a milhares e milhares de comunistas que na vastidão do território nacional batem-se para construir uma organização forte e enraizada no povo.

A construção de uma nação forte, por um povo forte, no rumo do desenvolvimento e do socialismo percorreu cada segundo da peça publicitária.

Mostramos a nossa história – gloriosa, marcada de confrontos políticos e ao mesmo tempo construtiva, indissociável das conquistas atuais. Não escondemos os nossos propósitos. Revelamo-nos como o partido do socialismo, que consideramos – como não? – uma forma moderna de governar. Expusemos à nação a grande reivindicação da classe trabalhadora, síntese de tantas outras lutas – pela jornada de trabalho de 40 horas semanais – sobre a qual tripudia o grande patronato, entrincheirado em suas organizações corporativas, cego na defesa dos seus interesses de classe. Na voz de uma líder operária, o Partido apontou que está em todas as lutas e em todos os movimentos, a começar pelo da classe trabalhadora, mas não só – nas lutas populares, democráticas e patrióticas de todos os setores da sociedade.

Transmitimos, pela voz de nossas lideranças políticas – o presidente do Partido, deputados e o ministro – a mensagem da luta pelo desenvolvimento nacional soberano e independente, com a integração e a solidariedade com os países irmãos do continente latino-americano. De forma didática, nossos porta-vozes disseram que este novo projeto nacional de desenvolvimento faz parte da luta pela construção de um novo Brasil, o Brasil democrático, popular, soberano e socialista.

Por fim, expusemos com toda a clareza, o ponto de vista dos comunistas sobre a situação brasileira atual. Grandes conquistas, grandes desafios, grandes perspectivas.“O governo do presidente Lula avançou, mas foi um começo”, disse o presidente do PCdoB, camarada Renato Rabelo, que indicou a luta por novas mudanças, novos avanços, rumo às grandes realizações da nacionalidade e do povo brasileiro.

O Programa de TV apresentado ontem herda o que o nosso Partido tem de melhor em sua já longa trajetória de apresentação de semelhantes peças de publicidade política. E dá um gigantesco passo adiante no plano da estética.

Isto é fruto de uma justa orientação da direção coletiva do Partido e de um correto método de trabalho. A direção absorveu críticas, observações e proposições do Encontro Nacional de Comunicação realizado em fevereiro último, o que nos capacitou a imprimir uma acertada orientação política e ideológica combinada com a opção pelo profissionalismo e pela boa estética. Marchamos em par com o tempo, o espírito da época, a linha do Partido e o sentimento da militância.

Foi uma prova de fogo, a demonstração de que a comunicação do Partido, não sendo liberal nem oportunista, distancia-se anos-luz do dogmatismo e do sectarismo. Aliás, como toda a atividade do Partido.

Foi uma experiência nova, que nos esforçaremos para sistematizar, consolidar e desenvolver, que fruiu do profissionalismo, da criatividade, da arte, do engenho e da capacidade de realização de artistas, publicitários, técnicos e demais trabalhadores da comunicação.
Vencemos uma etapa. Agora, é hora de preparar o Partido para o grande embate eleitoral de 2010, no qual a Comunicação terá papel de destaque a desempenhar. E no qual conta com o empenho dos militantes, dos quadros e dos amigos.

*José Reinaldo Carvalho é Secretário Nacional de Comunicação do Partido Comunista do Brasil