Divanilton Pereira: Vida Longa à CTB

Contextualizada pelo desenvolvimento da tendência política multipolar internacional no mundo, no qual prosseguem ainda os efeitos da mais recente e grave crise capitalista que sufoca os países centrais, a CTB reafirma o seu valor internacionalista.

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E, através do novo pólo geopolítico protagonizado pelas economias emergentes — Brasil, Índia, China e Rússia —, compreende que continua na ordem do dia a luta pela constituição de projetos nacionais de desenvolvimento, que tenham na soberania das nações e na valorização do trabalho suas maiores referências.

O PAPEL ESTRATÉGICO DO BRASIL

Compreende a CTB que o Brasil, de uma forma integracionista, vem desenvolvendo um papel importante nessa diretriz em nosso continente. A reunião dos BRICS, realizada em Brasília na semana próxima passada, comprova o novo status político do Brasil.

A CTB, convicta que esse atual estágio do país é resultante do novo ciclo político inaugurado com a vitória das forças populares e democráticas através do Presidente Lula, desde já elege sua centralidade política na disputa pela continuidade desse projeto.

A BATALHA CENTRAL DO ANO

Dessa forma, para a CTB, as eleições de 2010 têm caráter estratégico e concentrará também seus esforços nesse processo, para que, através dele, possamos avançar na consecução de um novo projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho. A classe trabalhadora brasileira deve ser força motriz nessa batalha.

A UNIDADE POLÍTICA DE NOSSA CLASSE É UM PRINCÍPIO DA CTB

A CTB, em sua 7ª reunião executiva, reafirma seu princípio basilar: a busca da mais ampla unidade política da classe trabalhadora. Por essa razão, a CTB desde a sua fundação conclamava a realização de uma nova conferência nacional da classe trabalhadora — algo que vai se materializar no dia 1º de junho. Desde então somos artífices dessa agenda, não pela sua mera realização. Acreditamos que ela impulsionará a classe trabalhadora brasileira — através de sua unidade — a disputar os rumos programáticos do país.

A CTB reafirmará nesse espaço sua enérgica defesa dos direitos sociais de nossa classe, destacando os direitos previdenciários e agrários e pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial. Direitos que devem integrar um novo projeto desenvolvimentista para o país.

PRINCÍPIOS E VALORES CLASSISTAS: O DNA DA CTB

“A história reservou ao trabalho um papel central no desenvolvimento da civilização e do próprio ser humano, em seu esforço criador e produtivo. O trabalho é a fonte do valor gerado na economia, a origem da riqueza social. Nas sociedades assentadas na divisão de classes, que emergiram com o surgimento e a difusão da propriedade privada, a força de trabalho tem sido submetida a uma impiedosa exploração pelas classes dominantes.

A CTB nasceu animada pelo espírito desta luta classista que atravessa a história moderna. Nasceu como uma “central sindical classista, unitária, democrática, plural, de luta e de massas, compromissada com os princípios da UNIDADE, da DEMOCRACIA, da INDEPENDÊNCIA CLASSISTA E na busca PELO SOCIALISMO…”, conforme trechos contidos no livro da CTB editado em 2007, no ato de sua fundação.

A 7ª reunião da executiva nacional da CTB resgata os valores históricos de fundação da central, sobre os quais residem as razões que explicam o registro entusiasmado de mais uma de suas conquistas: ser a terceira sindical no Brasil em termos representativos. Uma obra com pouco mais de dois anos de existência.

Essa vitória do sindicalismo classista não é um mero episódio empírico ou natural. Ela expressa a vitória daqueles que lutaram pela conquista do novo ciclo político e econômico vivido pelo país atualmente e que, a partir desse novo estágio, tiveram a capacidade de perceber que havia uma lacuna no movimento sindical brasileiro.

UM NOVO TEMPO E UMA NOVA ATITUDE

Unidade, independência e lutas tornaram-se indispensáveis para esse novo tempo. A percepção dessa tríade não foi assumida por todos.

O sindicalismo classista brasileiro abraçou com força essa oportunidade histórica, constituiu seu instrumento orgânico e passou a ter um maior protagonismo político.

É na apropriação de um método de análise pautado na investigação concreta sobre a realidade concreta que a CTB joga papel decisivo pela unidade da classe trabalhadora brasileira. Uma contribuição para que os assalariados do trabalho ganhem centralidade política e conquistas na conjuntura atual.

UM CRESCIMENTO QUE CORRESPONDE A SUA AGENDA POLÍTICA

O crescimento da CTB reflete o papel que ela desempenha na atualidade e sua sintonia com esse novo tempo.

Não é à toa que sua representação aumenta através de sua altivez pela unidade entre as centrais sindicais. Uma decisiva contribuição para que o movimento sindical tenha pautado a sociedade em torno da luta pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial. Importante persistência política para realizarmos hoje a nova conferência nacional. Firme postura classista para alcançamos uma política que valorize o salário mínimo e que elevemos à categoria de um direito social a temática previdenciária. Oferece ampla atitude pela consolidação e pela pauta dos trabalhadores e trabalhadoras rurais.

A 7ª reunião da executiva nacional da CTB, portanto, comemora mais essa etapa pela sua consolidação e regozija a sua contribuição pelo momento singular que sindicalismo brasileiro desfruta na sua luta pelo progresso político, econômico e social da classe trabalhadora brasileira.

UNICIDADE SINDICAL — UM MEIO DA UNIDADE POLÍTICA

No que pese o papel mais destacado do sindicalismo brasileiro na atualidade, a 7ª reunião da executiva da CTB levantou preocupações que podem condicionar negativamente essa tendência.

A CTB defende com convicção de princípio a unidade política como meio indispensável à vitória dos trabalhadores e das trabalhadoras. E compreende que a unicidade sindical é uma norma preciosa para pavimentar e sedimentar unidade no âmbito dos sindicatos.

Infelizmente, pautado por uma medida governamental inconstitucional (a portaria 186 do Ministério do Trabalho), intensifica-se de uma forma fratricida a pulverização dos sindicatos no Brasil. Os defensores do pluralismo sindical de outrora, agora ocupando o Estado nacional, implementam esse falido modelo. É um desserviço ao futuro organizacional e político de nossa classe.

A CTB defende com determinação a unicidade sindical, proclama a união das centrais sindicais e combate com vigor todas as concepções e iniciativas que promovem a divisão das categorias e o desmembramento desenfreado das bases.

A DIREITA E O EMPRESARIADO AMEAÇAM O FINANCIAMENTO SINDICAL

Por outro lado, o sindicalismo classista também sofre outro ataque. Está sob ameaça o seu financiamento de uma forma independente.

Após garantir sua própria sustentabilidade material e organizacional – financiamento compulsório e unicidade sindical –, o sindicalismo patronal, também através de medidas junto ao poder judiciário, contra-ataca e busca enfraquecer e inviabilizar as organizações da classe trabalhadora no Brasil.

UM MOVIMENTO PELA UNICIDADE SINDICAL E PELO FINANCIAMENTO DOS SINDICATOS

Diante dessa séria ameaça, a CTB, em sua 7ª reunião da executiva nacional, conclama e convoca o sindicalismo brasileiro a realizar uma plenária nacional sindical em defesa da unicidade sindical e do financiamento do movimento sindical brasileiro.

Vamos articular amplos setores preocupados com o futuro do movimento sindical classista e independente para, desde já, integrar em sua pauta, de forma emergencial, a defesa dessa necessária plenária nacional.

VIDA LONGA À CTB!
VIVA A UNIDADE DA CLASSE TRABALHADORA!
VIVA A JORNADA DO 1º DE MAIO!
TODA ENERGIA PELO SUCESSO DA CONCLAT!
PELA VITÓRIA DAS FORÇAS POPULARES E DEMOCRÁTICAS EM 2010!

 

São Paulo, 23 DE ABRIL DE 2010.

* Divanilton Pereira é dirigente nacional da CTB e da FUP