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Sem-teto fazem ocupações com centenas no centro de São Paulo

Um grupo de cerca de 700 sem-teto, segundo a Polícia Militar, mantinham por volta das 7h50 desta segunda-feira um acampamento no viaduto do Chá, próximo a Prefeitura de São Paulo. Apesar do protesto, o grupo estava concentrado na calçada e não havia interdição de via na região. Há ainda informações de dois prédios ocupados pelos sem-teto. 

A manifestação no local teve início por volta das 4h30 e é acompanhada por policiais militares e guardas civis metropolitanos. Apesar disso, não havia registro de confronto até as 7h50. De acordo com o Movimento Terra da Nossa Gente, o protesto reúne 1.200 famílias, mas a PM estima que haja somente 700 pessoas no local.

O protesto faz parte de uma ação conjunta de movimentos de sem-teto que, além da prefeitura, ocuparam na madrugada de hoje um terreno no M'Boi Mirim (zona sul) e dois prédios na região central, de acordo com o movimento. Apesar disso, a polícia confirma apenas mais uma ocupação, em um prédio de 14 andares do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

Segundo a coordenadora geral do MSTC, Ivanete de Araújo, o prédio, localizado na avenida Nove de Julho, foi abandonado há mais de 20 anos, está deteriorado e é reivindicado há anos pelo movimento para moradia social. "Ocupamos o prédio pelos fundos, onde há um terreno grande que dá para construir 540 unidades de apartamentos. Há uma demanda de 430 famílias para morar no local", diz Ivanete.

O movimento aponta ainda ocupação de uma antiga fábrica na rua Prestes Maia com dois prédios, de 22 e nove andares, mas a PM não confirma a ocupação. De acordo com Ivanete, a área pertence a uma antiga fábrica de jeans que deve mais de R$ 4 milhões em impostos para o governo municipal.

Na rua Henry Martim, no M'Boi Mirim, outras famílias ocupam uma terreno particular de aproximadamente 10 mil metros quadrados. A coordenadora geral do Fommaesp, Felícia Mendes, disse que não há previsão de desocupação. "O tempo que vamos continuar nas áreas ocupada será determinado pela negociação com os governantes, não temos pressa em sair", diz Felícia.

A ação é liderada pelo FLM (Frente de Luta por Moradia), que é composta pelo MSTC (Movimento dos Sem Teto do Centro), MSTRU (Movimento Sem-Teto pela Reforma Urbana), MJI (Movimento Jardim Ipanema), Movimento Terra da Nossa Gente e Fommaesp (Fórum de Moradia e Meio Ambiente do Estado de São Paulo).

Fonte: Folha Online