Sindicatos espanhois exigem da Europa ajuda imediata à Grécia
O sindicalismo espanhol exigiu nesta quarta-feira (28) em Madri que a União Europeia aplique imediatamente um plano de resgate da economia da Grécia, diante da forte especulação promovida pelos mercados financeiros.
Publicado 28/04/2010 20:35
A Confederación de Comisiones Obreras (CC.OO.) e a Unión General de Trabajadores (UGT) alertaram que o 'contágio' a outros países nas bolsas e no mercado da dívida já começou, o que coloca em perigo o futuro da união monetária europeia.
Em um comunicado, as duas centrais sindicais mais importantes da Espanha afirmaram que solicitaram à Confederação Europeia de Sindicatos que exija à UE a urgente colocação em marcha do plano de salvamento financeiro da Grécia.
As duas confederações qualificaram de lamentável que o bloco comunitário não tenha agido já em fevereiro.
"É inaceitável que, pelas conveniências do governo alemão, se atrase qualquer decisão em torno da crise grega a uma reunião do Eurogrupo, programada para 10 de maio vindouro", denuncia o texto.
Os representantes sindicais também criticaram que seja imposta uma taxa de juros de 5% aos empréstimos condicionados a Atenas, quando o Banco Central Europeu empresta aos bancos privados a 1% e o FMI pratica taxas de 3%.
O secretário-geral da UGT, Cándido Méndez, defendeu na última terça-feira uma política europeia que dê uma resposta "firme, serena e enérgica" à especulação feita pelos mercados financeiros.
Depois de esclarecer que as diferenças entre Grécia e Espanha são "abismais", o dirigente advertiu que o sindicalismo se oporá "de maneira rotunda" as pretensões de utilizar a crise grega para intensificar as exigências de impor uma cirurgia férrea em termos de um duro ajuste trabalhista.
Por sua vez, o líder da CC.OO., Ignacio Fernández Toxo, acredita que se o sistema financeiro não for regulado e se aplicar a taxa internacional às transações, o mundo será uma presa dos mercados, como aconteceu na Grécia.
Em uma coletiva de imprensa conjunta com Méndez, Fernández Toxo acusou os 27 países membros da União Europeia de ter uma atitude vazia ou irresponsável e autodestrutiva em relação à situação da Grécia.
Para Fernández Toxo, não se pode atrasar a solução e deixá-la ao sabor das decisões dos mercados, já que pode contaminar o conjunto dos países do chamado velho continente.
"Quem acredita que esta crise afeta apenas países com mais déficit, como Irlanda, Portugal ou Espanha, se equivoca", asseverou.
Crise insuflada por especulação
A saída pretendida pelo governo neoliberal grego era reduzir salários e aumentar impostos, anunciando também o aumento do preço da gasolina. Pretendia também aumentar a idade para a aposentadoria, jogando para os trabalhadores os custos da crise.
Os trabalhadores gregos foram às ruas e denunciaram que a crise foi insuflada por forças externas, como especuladores internacionais e banqueiros da Europa central, classificando as medidas tentadas pelo governo grego como anti-populares e bárbaras.
Com informações da Prensa Latina