Cesta básica fica mais cara para os baianos

O preço médio da cesta básica aumentou 20,12% nos primeiros quatro meses do ano em Salvador. Só em abril, o custo subiu 5,41%, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgados nesta quarta-feira (5/5). Agora os moradores da capital baiana vão pagar R$ 220,00 pelos 12 produtos que compõem a cesta, contra os R$ 208,71 gastos em março. Ainda assim, Salvador tem a 6ª cesta mais barata entre as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese.

A elevação no custo da cesta básica reduziu novamente o poder de compra do trabalhador que ganha um salário mínimo, comprometendo 46,89% de seu rendimento líquido. Em março, 44,48% do rendimento líquido do salário mínimo bastavam para a compra da cesta básica. O calculo leva em conta o valor líquido do salário mínimo, que é de R$ 469,20, após desconto de 8% referente à contribuição previdenciária.

O aumento da cesta fez ainda com que o soteropolitano precisasse trabalhar quase 5 horas a mais no mês de abril para comprar uma cesta básica. O tempo de trabalho necessário foi de 94 horas e 54 minutos no mês passado, contra 90 horas e 02 minutos em março. Este, porém, é o tempo necessário para pagar os produtos básicos para uma pessoa. O custo da cesta básica para o sustento de uma família de quatro pessoas, dois adultos e duas crianças, foi de R$ 660,00 durante o mês de abril. Esse valor equivale a aproximadamente 1,23 salário mínimo bruto.

Levando em conta o valor dos produtos básicos, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.257,52 em abril, valor que equivale a 4,43 vezes o salário mínimo vigente no mesmo mês. Essa estimativa do salário mínimo necessário é calculada com base na cesta básica mais cara apurada entre as 17 capitais pesquisadas; além disso, leva em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para cobrir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

De Salvador,
Eliane Costa