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Ministério Público denuncia PMs por morte de motoboy em SP

O Ministério Público denunciou à Justiça nesta segunda-feira (17) os quatro policiais militares envolvidos na morte do motoboy Alexandre Menezes dos Santos, espancado no último dia 8, na capital paulista.

A Promotoria acusou os PMs de homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Eles também foram acusados de racismo e fraude processual porque, segundo o MP, teriam modificado a cena do crime e simulado que o motoboy estava armado. Os promotores pediram ainda a prisão preventiva dos acusados.

De acordo com a denúncia, os PMs, "a pretexto de abordagem policial de rotina, agrediram violentamente a vítima Alexandre Menezes dos Santos mediante golpes de socos, pontapés e outros meios de tortura que infligiram à vítima desnecessário sofrimento físico, provocando-lhe as lesões (…) que resultaram em sua morte".

O crime aconteceu em frente à casa da vítima, em Cidade Ademar, zona sul. “Eles ficaram meia hora batendo nele e depois o enforcaram na minha frente”, disse a mãe, Maria Aparecida de Oliveira Menezes. Segundo ela, tudo aconteceu porque o jovem resistiu à abordagem dos PMs, que desconfiaram de sua moto sem placa.

Tudo começou por volta das 3h, quando Maria ouviu barulho de sirene. Por ser a hora em que o filho costumava chegar do trabalho de entregador de pizza, se levantou. Antes de chegar à porta, escutou os gritos de Alexandre. Ao sair, o jovem já estava sendo espancado. Segundo ela, foram cerca de 30 minutos de pontapés e socos no estômago.

Os quatro policiais militares envolvidos no caso foram encaminhados ao 43º DP (Cidade Ademar), mas pagaram fiança de R$ 480, cada um, e foram liberados. No entanto, eles foram presos pela PM no dia do crime, por "uso excessivo de força física" e permanecem no presídio militar Romão Gomes.

Na segunda-feira (10), o secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, afastou os comandantes da área de trabalho dos policiais suspeitos.

Na última sexta (14), o governo do Estado informou que vai indenizar a família do motoboy. No fim de abril, o governador também autorizou o pagamento de indenização à família de outro motoboy que morreu após ser torturado. Eduardo Luís Pinheiro dos Santos, 30, morreu dia 10 de abril, e, no dia 28, a Justiça Militar decretou a prisão temporária de 12 policiais militares suspeitos de participar do crime.

Da Redação, com agências