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Relatora da ONU vai sugerir aprovação da PEC do Trabalho Escravo

A relatora especial da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Formas Contemporâneas de Escravidão, Gulnara Shahinian, vai sugerir que a instituição recomende ao Congresso Nacional brasileiro a votação da PEC do Trabalho Escravo. E ao Supremo Tribunal Federal (STF) que rejeite a ação direta de inconstitucionalidade (Adin) impetrada pelo DEM (ex-PFL) contra o Decreto do presidente Lula de uso de terras quilombolas.

As sugestão serão feitas no relatório sobre Formas Contemporâneas de Escravidão que será apresentado em setembro ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra (Suiça).

As duas sugestões foram apresentadas à relatora pelos deputados da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, com quem ela se encontrou nesta terça-feira (25). (Relatora da ONU discute com deputados trabalho escravo no Brasil)  Ela soube que a PEC do Trabalho Escravo foi aprovada em primeiro turno em 2004, mas enfrenta impasse para ser votada no segundo turno.

A relatora também tomou conhecimento de que ação que tramita no Supremo, impetrada pelo DEM (ex-PFL), quer impedir que os ocupantes de terras tradicionalmente quilombolas continuem a produzindo na terra dos remanescentes de escravos como determina o Decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de 2003.

“Entendemos que ela vai incluir essas propostas em seu relatório e que a ONU deverá recomendá-los ao Brasil”, afirmou o deputado Domingos Dutra (PT-MA), vice-presidente da Comissão.

Segundo Dutra, a PEC terá um efeito importante porque aqueles que praticarem trabalho escravo podem ter suas terras confiscada. Ele afirmou que a União tem outros instrumentos para efetivar ações de combate ao trabalho escravo, como o controle do transporte de jovens de estados do Norte e Nordeste em direção ao Sul, feito em caminhões ou ônibus.

De Brasília