Retomar os mandatos do PCdoB e mudar Brasília

O Comitê Regional do PCdoB-DF, reunido em 7 de junho de 2010, analisou o atual estágio do quadro político do Distrito federal, convocou a Convenção Eleitoral para o dia 19 de junho, atualizou e definiu a tática eleitoral.

Partimos da constatação que as forças democráticas e populares vivem um quadro favorável no Distrito Federal. Dilma Rousseff, a candidata da continuidade das realizações de Lula e do avanço social, já está à frente nas pesquisas eleitorais, um quadro muito diferente de 2006 quando Lula perdeu no primeiro turno no DF. É possível derrotar a candidatura dos partidos conservadores e impedir o retorno de Joaquim Roriz, que inciou o esquema de corrupção que desencadeou a crise do governo Arruda.

A realidade política no DF mudou vertiginosamente desde novembro de 2009. A operação Caixa de Pandora revelou um grave quadro de corrupção que atingou todos os poderes. Antes das revelações era muito provável a vitória da chapa pura do DEM José Roberto Arruda/Paulo Otávio que reunia uma ampla aliança de partidos.

Após a divulgação dos vídeos que mostravam diversos políticos recebendo propina, e com a lentidão da Câmara Legislativa em apurar os fatos, o Procurador Geral da República pediu a solução extrema da intervenção federal que, junto com ampla mobilização e indignação popular, serviu de imensa pressão para a depuração do quadro político e a busca da punição dos envolvidos.

A crise provocou uma grande instabilidade política com indefinição dos rumos em quase todos os partidos. O então governador foi preso e perdeu o mandato por decisão judicial, o vice-governador renunciou, o Presidente da Câmara Legislativa Leonardo Prudente (DEM) seguiu o mesmo caminho. E o mesmo fez o candidato ao Senado na chapa de Joaquim Roriz, Brunelli (PSC). Wilson Lima/PR governou por poucos dias e passou o governo para Rogério Rosso (PMDB), eleito de forma indireta.

Ao longo destes acontecimentos foi se fortalecendo a alternativa de oposição, nucleada por partidos de esquerda, que se consolidou, meses depois, em torno da candidatura ao governo de Agnelo Queiróz. Isso avança os entendimentos de que a vaga de vice na chapa, seja ocupada pelo PMDB e o PCdoB, que batalha pela participação na chapa majoritária numa 1ª suplência de Senador.

O PCdoB segue de cabeça erguida para disputa de 2010, denunciou continuamente o caráter conservador e elitista do governo do DEM. Não se deixou seduzir pela distribuição de cargos feita pelo governador, mesmo quando ele gozava de popularidade. Promoveu e esteve a frente do movimento Fora Arruda e cobra permanentemente investigação séria, ágil e dura punição.

O projeto eleitoral do PCdoB, com a chapa própria para deputado distrital, se consolidou e evoluiu, o que foi materializado em algumas atividades e iniciativas: êxito na construção da chapa para deputado distrital e movimentação dos pré-candidatos, campanha de filiação do PCdoB, lançamento da candidatura de Messias de Souza ao governo do DF, ato nacional de apoio do PCdoB a Dilma no dia 8 de abril, inscrição da chapa Messias/Olgamir para concorrer nas eleições indiretas ao GDF, inserções do partido na TV, jantar do Messias no dia 11/05.

Diante da profunda e ampla mudança do quadro político, com a possibilidade de vitória para o governo do Distrito Federal e do acúmulo de sucessivas iniciativas vitoriosas do partido, evoluímos para a consolidação da nossa chapa para Câmara Legislativa do Distrito Federal, para a possibilidade de disputa de uma vaga para deputado federal, antes imprevista, e a ocupação de uma suplência no Senado com perspectiva reais de vitória.

É importante ressaltar neste projeto que na disputa de deputado federal fazemos um ajuste para adotar a tática da concentração para termos competitividade para concorrer a uma das oito vagas em disputa.

A candidatura de Messias de Souza foi a que mais acumulou forças no período de pré-campanha. Ele tem o perfil para crescer dentre o espaço no voto de opinião (na disputa de deputado federal, muitos que foram candidatos nas eleições de 2006, e tem perfil de voto de opinião no espectro da esquerda e centro esquerda, não serão candidatos nesta eleição), foi secretário no governo Cristovam, presidente do PCdoB/DF, conselheiro da OAB-DF, chefe-de-gabinete do Ministro da Articulação Politica e um dos principais assessores do ministro Guido Mantega. Acumulou mais dobradas e seu nome aparece nas pesquisas de opinião.

Diante deste quadro o partido indica as seguintes resoluções:

1.Realizar uma grande Convenção Eleitoral no dia 19 de junho.

2.Aprovar a aliança com PT, PSB, PDT e PRB com o nome de Agnelo Queiroz como candidato a governador do Distrito Federal.

3.Aprovar a aliança com demais partidos da base do governo Lula e da aliança da candidata Dilma Rousseff.

4.Fortalecer a chapa de deputado distrital com novas filiações de militares, com filiados, mulheres e com o engajamento entusiástico da militância.

5.Usar a tática de concentração em uma candidatura única para deputado federal com o nome de Messias de Souza.

6.Reivindicar a ocupação da 1ª suplência do Senado Federal e indicar o nome de Cláudio Avelar para este espaço.

7.Delegar a Comissão Política poderes para decidir sobre coligação proporcional e aprovar a lista definitiva de candidatos.

O ambiente político criado é favorável ao voto nos partidos de esquerda e em particular no PCdoB, que é um partido de opinião. Sempre esteve ao lado da democracia, dos direitos dos trabalhadores e das mulheres, da juventude, da soberania nacional, contra a opressão, a desigualdade e o racismo. Estamos juntos com Lula desde 1989, e por Um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento apoiamos Dilma para presidente. Aqui em Brasília já elegemos deputados distritais e federal e não participamos do governo Arruda, o que nos dá autoridade política e moral junto ao eleitorado.

O PCdoB do Distrito Federal tem diante de si uma perspectiva real de sucesso do seu projeto eleitoral e conclama todos os militantes, filiados, amigos e simpatizantes a participarem desta batalha de forma abnegada, contribuindo para o partido reconquistar as posições que já ocupou e abrir um novo ciclo político progressista no DF.