Fifa diz que Morumbi tem problemas e está fora da Copa 2014
O Comitê da Fifa que lida com a preparação da Copa do Mundo de 2014 decidiu "suspender por enquanto" a participação do Morumbi no Mundial. Pela primeira vez, um alto funcionário da cúpula da Fifa — Rafael Salguero, um dos 24 membros do seleto grupo de cartolas do Comitê Executivo da entidade — confirmou que o Estádio do Morumbi está ameaçado e que o assunto foi alvo de debates nos últimos dias em Johannesburgo.
Publicado 11/06/2010 10:10
Salguero, no entanto, afirmou à Agência Estado que a suspensão não é definitiva. Há espaço para uma reviravolta, ainda que mínima. A suspensão seria o primeiro passo de uma eventual exclusão do estádio do São Paulo. "A suspensão foi decidida por conta do projeto", disse o guatemalteco, membro do Comitê de Apelação da Fifa.
Mas horas depois, tentando evitar a polêmica, Jérôme Valcke, secretário-geral da Fifa, insistiu aos jornalistas internacionais que nem se falou da Copa de 2014 nos últimos dias em Johannesburgo — e que a Fifa não tem planos de excluir o Morumbi da Copa.
Nesta quinta-feira, a Fifa aprovou os números que indicam que a Copa no Brasil será a de todos os recordes, tanto em termos de receitas como gastos. Mas o que preocupa a Fifa é o calendário de obras no Brasil e, principalmente, a situação do maior estádio de São Paulo.
O Comitê Executivo é o órgão o responsável pelas decisões na Fifa, e seus membros são escolhidos a dedo. Salguero é ainda um dos membros do Comitê de Organização da Copa de 2014 — instância onde o Morumbi foi considerado como "suspenso" — e vice-presidente da Concacaf (Confederação Norte-Americana e Centro Americana de Futebol).
Ao contrário do que a direção da Fifa afirma, o tema da Copa de 2014 e a situação dos estádios foi alvo de reuniões nesta semana em Johannesburgo. Ricardo Teixeira, presidente da CBF, deu garantias à Fifa de que haveria dinheiro público para bancar os estádios.
Já Nicolas Leoz, presidente da Conmebol e membro da Fifa, indicou que uma definição dos estádios precisa ser estabelecida até setembro e um calendário final dos jogos até dezembro. "Não há ainda uma definição sobre os estádios", confirmou o paraguaio.
A Fifa decidiu criar um fundo de investimentos de US$ 470 milhões (aproximadamente R$ 847 milhões) para pagar pelos custos do Comitê Organizador da Copa de 2014, modificando a forma de garantir a receita para o Brasil. A proposta inicial era de que o país receberia US$ 200 milhões (cerca de R$ 360 milhões) e o restante viria da venda de ingressos.
Mas Valcke confirmou que a Fifa optou por retomar o controle sobre a venda das entradas, depois das confusões com os ingressos na África do Sul. "Seria um erro não aprender lições", disse. A receita das entradas ficará com a Fifa.
Da Redação, com informações da Agência Estado