PSB oficializa apoio a Dilma em ato discreto; festa será em julho
O Partido Socialista Brasileiro (PSB) realizou na tarde desta segunda-feira (14), em Brasília, seu Congresso Nacional Extraordinário, o casião na qual foi ratificada a posição do partido na disputa presidencial. Todos os 160 presentes votaram favoravelmente à decisão tomada em reunião do Diretório Nacional, realizada em 21 de maio, de apoiar a candidatura da pestista Dilma Rousseff à Presidência da República.
Publicado 14/06/2010 16:14
A oficialização do apoio do PSB aconteceu na sede nacional do partido em um Congresso Nacional Extraordinário, que no estatuto da legenda substitui a convenção. O partido optou por fazer a oficialização numa reunião de trabalho, sem ares de festa convencional. O evento não contou com a presença da candidata, que viaja nesta segunda para a Europa.
A direção do PSB disse que o partido preferiu concentrar a mobilização em um evento que realizará em julho para entregar propostas para o programa de governo de Dilma. Neste evento, além da candidata petista, deverá comparecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Outra ausência no Congresso de hoje foi a do deputado Ciro Gomes (CE), que brigou para ser candidato à Presidência pelo partido. O governador do Ceará, Cid Gomes, irmão do deputado, também não compareceu ao encontro desta tarde.
Contribuição para o programa de governo
Segundo o vice-presidente Nacional da legenda, Roberto Amaral, o Partido tem realizado reuniões que tem como objetivo formular propostas para o programa de governo da candidata. "Já tivemos uma reunião para tratar da questão da saúde. Ainda discutiremos outros temas que são caros ao PSB, como a Ciência e Tecnologia, por exemplo”, explicou.
Conforme explicou o presidente Nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos,, as propostas do PSB deverão tratar ainda de temas como desenvolvimento regional, elevação do nível de investimento na economia e formação de recursos humanos para o crescimento econômico.
"Tratam-se de experiências exitosas que foram acumuladas ao longo dos anos nos governos do PSB e que serão partilhadas com a companheira Dilma", afirmou Campos.
O PSB participa do governo Luiz Inácio Lula da Silva desde o primeiro governo. Atualmente o partido ocupa dois ministérios, Ciência e Tecnologia e Secretaria Especial de Portos com os ministros Sérgio Rezende e Pedro Brito. respectivamente.
Alianças regionais
O presidente do partido comentou também a posição nas disputas nos estados. A posição do PSB é de se coligar nos estados somente com partidos que estejam na aliança de Dilma. Alianças fora desse espectro terão de ter o aval da Executiva Nacional.
Apesar da posição, Campos já reconhece “exceções”. Ele citou os estados do Paraná e de Alagoas, onde o apoio a candidatos do PSDB está decidido. Na Paraíba, a aliança também é com a oposição ao governo Lula, mas dessa vez o candidato é do PSB.
O presidente do partido comentou ainda a situação de Minas Gerais, onde pode surgir uma nova exceção. Segundo Campos, a decisão está nas mãos da executiva regional e do prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. O próprio Campos, no entanto, lembrou que Lacerda contou com apoio de PT e PSDB para derrotar o PMDB nas eleições locais, o que, na visão do presidente do partido já sinaliza a posição de apoio a Antonio Anastasia (PSDB) e não Hélio Costa (PMDB).
“Em Minas nós esperamos por Fernando Pimentel (PT), mas ele não será mais candidato. Quanto ao PMDB é complicado porque ele foi adversário nosso e foi uma campanha muito dura, com ataques pessoais e o Márcio Lacerda teve apoio do PSDB. Então a decisão foi delegada para ele e para o diretório regional”, afirmou Campos.
Em relação ao Maranhão, onde na semana passada o PT decidiu retirar o apoio de Flávio Dino (PCdoB) para apoiar Roseana Sarney (PMDB), o presidente do PSB afirmou que a legenda continuará com o candidato comunista. “Não muda de jeito nenhum. Nós vamos apoiar o Flávio Dino e vamos indicar até o vice se for preciso. Segundo a avaliação do nosso pessoal lá ele é um candidato muito viável e essa ação lá vai ter um efeito contrário”.
Segundo Campos, o PSB deverá ter candidato a governador em nove estados e conta com o apoio do PT na maioria deles. O partido terá ainda dez filiados disputando vagas no Senado Federal.
Outros apoios
Até esta segunda-feira, a candidatura Dilma já conta oficialmente também com o apoio de PR, PDT e PMDB. O primeiro apoio aconteceu de forma mais discreta ainda que o do PSB. O PR já tinha feito um congresso e destinado à Executiva a delegação de alianças. A executiva se reuniu na quinta-feira (10) e oficializou o apoio à petista.
Os outros partidos fizeram eventos maiores para anunciar suas decisões. O PDT realizou sua convenção nacional em São Paulo e contou com a presença de Dilma, que já foi filiada ao partido.
O PMDB, por sua vez, usou sua convenção para oficializar também o nome do vice na chapa de Dilma, Michel Temer (SP). O partido realizou seu evento em Brasília e Temer teve que vencer no voto dois colegas que desejavam candidatura própria à Presidência, Roberto Requião (PR) e Antonio Pedreira (DF). Temer obteve 560 dos 660 votos na convenção.
Ainda nesta semana devem ser oficializados os apoios do PCdoB e PRB. O PT espera ainda a confirmação de apoio de outras legendas, como o PP.
Da redação,
com agências